NEUROBIOLOGIA DO ESTRESSE E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA SAÚDE
Resumo
Introdução: O estresse é uma resposta adaptativa do organismo a estímulos percebidos como ameaçadores. No entanto, quando crônico, pode desencadear alterações fisiológicas e psicológicas que afetam a saúde. A neurobiologia do estresse estuda os mecanismos neurais que regulam essa resposta, com destaque para o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA), a liberação de cortisol e a ativação do sistema nervoso simpático. O estresse crônico está associado a várias condições de saúde, como transtornos de ansiedade, depressão, doenças cardiovasculares e imunossupressão. Este estudo busca entender melhor os efeitos biológicos e os impactos sistêmicos do estresse prolongado. Objetivo: Revisar os principais mecanismos neurobiológicos envolvidos na resposta ao estresse e explorar suas consequências na saúde física e mental. Método: Este estudo consistiu em uma revisão bibliográfica sistemática. Foram analisados artigos científicos publicados entre 2015 e 2023 em bases de dados como PubMed, Scopus e ScienceDirect. A seleção incluiu estudos experimentais e revisões que abordam a neurobiologia do estresse, com foco nos mecanismos neurais e suas implicações na saúde humana. Resultados e Discussão: Os resultados desta revisão indicam que o estresse crônico leva à hiperatividade do eixo HPA, com a liberação contínua de cortisol, o que provoca mudanças funcionais no hipocampo, amígdala e córtex pré-frontal. Essas alterações estão associadas à atrofia neuronal e à disfunção cognitiva, especialmente em áreas responsáveis pelo controle emocional e memória. O aumento da atividade do sistema nervoso simpático, com liberação excessiva de adrenalina e noradrenalina, foi vinculado a um maior risco de hipertensão, doenças cardíacas e diabetes tipo 2. Além disso, o estresse prolongado compromete o sistema imunológico, aumentando a vulnerabilidade a infecções e inflamações crônicas. Em termos psiquiátricos, a exposição constante a fatores estressantes aumenta a incidência de transtornos de ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Conclusão: A neurobiologia do estresse revela a complexa interação entre sistemas neurológicos e endócrinos na resposta ao estresse. A hiperativação prolongada desses mecanismos tem um impacto significativo na saúde mental e física, levando a doenças crônicas e disfunções imunológicas. Intervenções preventivas e terapêuticas, como técnicas de manejo do estresse e tratamentos farmacológicos, são fundamentais para mitigar os efeitos adversos do estresse crônico. O desenvolvimento de estratégias eficazes para gerenciar o estresse pode reduzir a carga de doenças associadas a essa condição.