SAÚDE MENTAL E QUALIDADE DE VIDA DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Autores

  • Eduarda Cichelero Barcarolo Unidade Central de Educação FAI Faculdades-UCEFF/Chapecó, RS, Brasil.
  • Fernanda Pilatti Unidade Central de Educação FAI Faculdades-UCEFF/Chapecó, RS, Brasil.
  • Liziara Fraporti Unidade Central de Educação FAI Faculdades-UCEFF/Chapecó, RS, Brasil.

Resumo

introdução: A saúde mental dos profissionais da saúde tem ganhado atenção crescente nos últimos anos devido ao aumento da incidência de transtornos como depressão, ansiedade e burnout nessa população, sendo o último responsável por atingir 30% da população de trabalhadores brasileiros1. O ambiente de trabalho na área da saúde é frequentemente caracterizado por alta pressão, longas jornadas, e uma necessidade constante de tomada de decisões críticas, o que contribui para o estresse. Estudos apontam que profissionais de saúde enfrentam um risco significativamente maior de desenvolver problemas mentais em comparação com outras profissões2. A importância de abordar esse tema está na necessidade de garantir não apenas o bem-estar dos profissionais, mas também a qualidade do atendimento prestado aos pacientes, visto que a saúde mental do trabalhador impacta diretamente no cuidado oferecido. No entanto, ainda existem lacunas nas políticas institucionais que busquem ativamente a prevenção e o cuidado da saúde mental desses profissionais2. Objetivo: Este estudo tem como objetivo investigar o impacto da saúde mental na qualidade de vida dos profissionais da saúde, com foco em como os transtornos psicológicos afetam o desempenho no trabalho e o bem-estar geral. Além disso, busca identificar estratégias de intervenção que possam ser implementadas para mitigar esses efeitos e promover um ambiente de trabalho mais saudável. Metodologia: O estudo foi conduzido por meio de uma revisão bibliográfica integrativa, analisando artigos científicos publicados nos últimos cinco anos que abordam a saúde mental dos profissionais de saúde. A busca foi realizada em bases de dados como PubMed, Scielo e Google Scholar, utilizando descritores como “saúde mental”, “burnout”, “qualidade de vida” e “profissionais da saúde”. Foram localizados 9 artigos com os descritores supracitados, sendo 4 pertinentes para a revisão. Foram incluídos estudos quantitativos e qualitativos que avaliaram o impacto dos transtornos mentais e estratégias de intervenção no contexto hospitalar. Resultados e Discussão: Os resultados indicaram uma alta prevalência de sintomas de burnout, estresse e ansiedade entre os profissionais de saúde, especialmente entre aqueles que trabalham em setores de alta complexidade, como emergências e unidades de terapia intensiva3. O impacto desses transtornos foi evidente tanto na vida pessoal quanto profissional, com relatos de diminuição da satisfação no trabalho, aumento do absenteísmo, e até abandono da carreira em casos mais graves. Araújo e colaboradores demonstraram em seus estudos que ambientes de trabalho com carga horária excessiva, falta de suporte emocional e ausência de políticas institucionais de promoção da saúde mental são fatores que agravam o quadro desses profissionais1. Em contrapartida, intervenções institucionais, como programas de apoio psicológico, grupos de suporte, e flexibilização de jornadas, mostraram-se eficazes na redução de sintomas de estresse e na melhora da qualidade de vida. Destaca-se ainda a importância da capacitação contínua para o autocuidado e o manejo do estresse como ferramentas essenciais para a resiliência desses profissionais. Os achados deste estudo reforçam a necessidade urgente de implementação de medidas institucionais voltadas à promoção da saúde mental dos profissionais da saúde4. A presença de transtornos mentais não só compromete o bem-estar dos trabalhadores, mas também pode impactar negativamente a qualidade do atendimento prestado, levando a erros médicos, baixa adesão ao tratamento e um ambiente de trabalho menos seguro para todos2. A prevenção e o tratamento desses transtornos devem ser uma prioridade nas políticas de saúde ocupacional, com a criação de um ambiente de trabalho que priorize a saúde mental tanto quanto a física. Além disso, há uma necessidade clara de mudanças culturais nas instituições de saúde, onde a busca por apoio psicológico não seja estigmatizada2. O desenvolvimento de programas específicos de suporte emocional e psicológico para os profissionais da saúde pode ser um diferencial na retenção de talentos e na melhora do clima organizacional. Estratégias como mindfulness, terapia cognitivo-comportamental e intervenções focadas no bem-estar emocional mostraram-se eficazes em diversos estudos, sugerindo que uma abordagem multidimensional é essencial3. Conclusão: Os resultados demonstram que a saúde mental é um componente essencial da qualidade de vida dos profissionais de saúde e que sua negligência pode ter consequências sérias tanto para os trabalhadores quanto para os pacientes. As instituições de saúde devem adotar uma abordagem proativa para a promoção da saúde mental, implementando programas de suporte e prevenindo o surgimento de transtornos. Medidas como capacitação para o autocuidado, flexibilidade nas jornadas e acesso facilitado a serviços de saúde mental são essenciais para criar um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

Downloads

Publicado

2025-12-20

Edição

Seção

Resumo Expandido/Resumos