DIVERTICULITE AGUDA:

FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS E NÃO MODIFICÁVEIS

Autores

  • Camille Leticia Hullen Unidade Central de Educação FAI Faculdades-UCEFF/Itapiranga, RS, Brasil.
  • Taiane Schneider Unidade Central de Educação FAI Faculdades-UCEFF/Itapiranga, RS, Brasil.
  • Daniel dos Reis Sant'Ana Unidade Central de Educação FAI Faculdades-UCEFF/Itapiranga, RS, Brasil.

Palavras-chave:

Diverticulite, Fatores de risco, Prevenção, Genética, Estilo de vida

Resumo

Introdução: A diverticulite aguda é uma inflamação dos divertículos, pequenas bolsas que se formam nas paredes do intestino, normalmente no cólon sigmóide.1 Aproximadamente 70% dos pacientes apresenta cólica abdominal aguda no quadrante inferior esquerdo, de caráter recorrente, sendo comum também a febre, náusea, vômito, diarreia ou constipação, flatulência e distensão abdominal. Nos casos mais graves, podem ocorrer sinais de irritação peritoneal, e até 20% dos pacientes podem apresentar uma massa palpável, indicando possível formação de abscesso. Pacientes idosos ou imunossuprimidos podem ter manifestações menos evidentes, mesmo na presença de inflamação significativa.2,3 A condição era mais comum em pessoas com mais de 80 anos, porém a incidência vem aumentando entre indivíduos mais jovens, apresentando-se mais frequente em pessoas acima dos 40 anos.4,9 Objetivo: Descrever os fatores de risco modificáveis e não modificáveis na ocorrência de diverticulite. Método: Foi realizada uma revisão de literatura na base de dados Google Acadêmico, Scientific Eletronic Library Online (Scielo) e Medical Literature Analysis and Retrievel System Online (Medline), utilizando as palavras chaves "diverticulite aguda" e "fatores de risco". Foram incluídos estudos realizados em inglês ou português entre 2006 a 2024, com foco em fatores de risco modificáveis e não modificáveis na diverticulite. Foram excluídas publicações anteriores a 2006, em outros idiomas, que não citam os fatores de risco ou com metodologia insuficiente. Resultados e Discussão: Tendo em vista o aumento de casos de diverticulite aguda e consequentes hospitalizações, principalmente entre indivíduos jovens, faz-se importante conhecer os fatores de risco para melhor orientar a população sobre a prevenção e manejo da doença, bem como minimizar as complicações e impactos sobre a qualidade de vida.4,5 Os fatores de risco modificáveis associados ao quadro englobam sobretudo o estilo de vida, no que diz respeito à obesidade, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo e padrão alimentar, sobretudo pobre em fibras, uso de alguns medicamentos específicos, como anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), paracetamol, aspirina, corticosteroides e opioides, e a hipertensão arterial. 2,4,6,7,8,9,10 Quanto aos fatores não-modificáveis, a genética, a imunossupressão e a idade avançada, principalmente acima de 40 anos, estão extremamente ligados a maiores chances do desenvolvimento da diverticulite.2,8,9,10,13 Além disso, algumas síndromes raras apresentam uma forte predisposição para a formação de divertículos colônicos, como a síndrome de Marfan, a síndrome de Ehlers-Danlos, a síndrome de Williams-Beuren, a síndrome de Coffin-Lowry.11,12,13 Conclusão: A partir dos estudos considerados, fica explícito, que pessoas com predisposição genética e em idade avançada representam os principais grupos de risco. Estudos indicam que o estilo de vida desempenha um papel importante na prevenção, pois muitos dos fatores de risco são hábitos que podem ser alterados para reduzir os riscos de desenvolvimento da doença. Ter uma dieta rica em fibras, praticar atividades físicas regularmente, reduzir o consumo de álcool e tabagismo são passos importantes que podem fazer a diferença. Também é importante manter um acompanhamento médico e nutricional de forma regular, para cuidar da saúde intestinal.

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Publicado

2025-12-20

Edição

Seção

Resumo Expandido/Resumos