SÍFILIS CONGÊNITA: UMA REVISÃO ABRANGENTE SOBRE DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA INFECÇÃO POR TREPONEMA PALLIDUM
Resumo
A sífilis é causada pela infecção pelo Treponema pallidum e apresenta altas taxas de transmissão vertical. A prevalência brasileira da doença é de 1,6% entre as parturientes, porém estima-se que possa haver uma subnotificação de até 67%, mesmo com o uso do Sistema Nacional de Notificações. A prevenção da sífilis congênita é realizada unicamente no pré-natal, não podendo ser feita no intraparto ou pós-natal. O diagnóstico da sífilis gestacional é simples e a doença deve ser rastreada em todas as gestantes. O tratamento é, no geral, realizado com penicilina e deve estender-se aos parceiros sexuais. Não tratar, ou tratar inadequadamente, a sífilis congênita pode resultar em abortamento, prematuridade, complicações agudas e outras sequelas fetais. A sífilis congênita é agravo evitável, desde que a sífilis gestacional seja diagnosticada e tratada oportunamente. Entretanto, apesar dos esforços, ainda permanece como grave problema de saúde pública e evidencia lacunas especialmente na assistência pré-natal. A maior parte dos casos de sífilis congênita é decorrente de falhas na testagem durante o pré-natal, ou de tratamento inadequado ou ausente da sífilis materna.