VIVÊNCIA ACADÊMICA DOS ALUNOS DO TERCEIRO PERÍODO DE ENFERMAGEM NO SETOR DE ONCOLOGIA
Palavras-chave:
Educação em Enfermagem, Práticas Integrativas e Complementares, Cuidados paliativosResumo
INTRODUÇÃO: As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) visam prover aos alunos, uma visão de cuidado holístico, focado no paciente e família, no vínculo entre profissionais e pacientes, na comunicação efetiva e na humanização do atendimento, ultrapassando barreiras culturais e profissionais. Essas práticas reforçam a autonomia dos usuários e protagonizam um modelo de cuidado mais centrado nas necessidades do paciente, sejam elas físicas, psicológicas, emocionais, espirituais ou sociais. No contexto da formação de profissionais da saúde, em particular enfermeiros, as PICS oferecem um processo educativo interdisciplinar, com implicações políticas e científicas, que aproximam os acadêmicos das demandas sociais e à realidade de atendimento atual, ampliando a visão do modelo onde o médico é a figura central e o tratamento clínico a única saída, proporcionado aos pacientes diversas outras formas complementares de alívio aos seus sintomas. Ao adquirir conhecimentos embasados cientificamente, os alunos são capacitados para ofertar ações e serviços inovadores, estimulando o pensamento crítico na área da saúde (Santos et al. 2022). Embora as PICS estejam ganhando espaço nas práticas em saúde e nos estudos acadêmicos, a disciplina ainda é optativa em muitos cursos de enfermagem e, em algumas universidades, sequer é ofertada, limitando seu alcance e impacto na formação formal de muitos alunos (Azevedo, 2011). OBJETIVO: Analisar a importância das PICS na formação de profissionais de enfermagem, e seu potencial para promover um olhar holístico e centrado no paciente, além de avaliar seu impacto na inclusão da disciplina no currículo acadêmico. A partir disso, evidenciar como a disciplina pode enriquecer a formação dos alunos, e contribuir para um modelo de atendimento mais humanizado e eficaz. METODOLOGIA: O presente resumo aborda as vivências acadêmicas de uma docente de enfermagem da UCEFF, em Chapecó - Santa Catarina, focando nas experiências em sala de aula durante a disciplina de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). O objetivo é destacar como essas vivências contribuem para o aperfeiçoamento na formação dos alunos, fomentando discussões e práticas com convidados especialistas em PICS diversas. DISCUSSÃO: As PICS têm se fortalecido como uma abordagem essencial na formação de profissionais de saúde, especialmente no contexto da enfermagem. Observou-se que a inclusão de especialistas em PICS nas aulas, proporcionou uma experiência enriquecedora para os alunos, ampliando sua compreensão teórica e prática sobre as técnicas. Durante as aulas, a participação de convidados como aromaterapeuta e mestre em Reiki trouxe uma vivência prática que transcreve a teoria. Por exemplo, a introdução da aromaterapia permitiu que os alunos experimentassem em si mesmos os benefícios dos óleos essenciais, discutindo suas indicações no cuidado ao paciente e na promoção da saúde. A vivência prática, permitiu que os alunos manipulassem os aromas e refletissem sobre suas percepções, fortalecendo a conexão entre teoria e prática, além de promover um aprendizado sensorial e emocional. Na sessão de Reiki, os alunos vivenciaram essa técnica, o que possibilitou uma compreensão mais profunda da importância do toque e da troca de energia para a prática de enfermagem. Essa experiência não apenas ajudou a desmistificar o Reiki, mas também promoveu discussões sobre o papel da energia e da sua intenção no cuidado, desafiando as visões culturais que muitas vezes deixam as práticas não convencionais a um segundo plano. Também tiveram o conhecimento de instituições de saúde que já abordam o Reiki como uma terapia complementar ao tratamento e que observam ótimos resultados em seus pacientes. Tivemos ainda, a terapia de Constelação, com uma terapeuta especialista na área, onde pode realizar sessões com os alunos, proporcionando um espaço para refletir sobre as dinâmicas emocionais e relacionais que permeiam o atendimento ao paciente. Essa vivência ajudou os alunos a desenvolverem habilidades de empatia e a compreenderem a importância do contexto emocional e social no cuidado, enfatizando que a saúde é um fenômeno multifacetado, e não somente físico. Essas práticas, integradas à disciplina de PICS, não apenas enriqueceram o aprendizado, mas também reforçaram a ideia de que o cuidado deve ser holístico, englobando aspectos físicos, emocionais, espirituais e sociais. Os alunos foram incentivados a pensar criticamente sobre as diferentes formas de atendimento e a considerar a individualidade de cada paciente, promovendo uma abordagem centrada nas necessidades e particularidades de cada um. Contudo, é importante ressaltar que a implementação dessas vivências ainda enfrenta vários desafios, como a resistência à inclusão de práticas não convencionais no currículo formal e a resistência da implementação dessas práticas nas instituições. Superar essas barreiras é fundamental para que as PICS se tornem parte integral da formação em enfermagem, e do cuidado centrado no paciente, contribuindo para a formação de profissionais mais preparados e sensíveis às demandas futuras de saúde. Em suma, as experiências práticas com convidados especialistas em PICS ofereceram aos alunos uma formação mais completa e integrada, promovendo um cuidado mais humanizado e efetivo. A valorização dessas práticas é crucial para preparar os futuros profissionais de saúde para atuarem em um contexto cada vez mais diversificado e exigente. CONCLUSÃO: As PICS representam uma abordagem essencial para formação de profissionais de enfermagem, promovendo um cuidado holístico e centrado no paciente. A vivência de aulas com especialistas, que introduzem práticas como Aromaterapia, Reiki e Constelação, enriquece o aprendizado e fortalece a conexão entre teoria e prática. Essas experiências não apenas ampliam o repertório dos alunos, mas também os preparam para atender às diversas necessidades dos pacientes em um contexto de saúde cada vez mais complexo e dinâmico. Para que as PICS sejam efetivamente integradas à formação acadêmica, é fundamental superar as barreiras institucionais e promover a valorização dessas práticas, contribuindo para a formação de profissionais mais sensíveis, humanos, empáticos, éticos e competentes.
Referências
SANTOS T.S; BISPO L.D.G et al. Ensino das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde na Enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem. São Paulo, SP. Janeiro de 2022.
AZEVEDO, E; PELICIONI, M.C.F. Práticas integrativas e complementares de desafios para a educação. Revista Trabalho Educação e Saúde, ano 9. Novembro 2011.