VISITA DOMICILIAR AO PACIENTE ACAMADO: BOAS PRÁTICAS

Resumo

INTRODUÇÃO: No ambiente domiciliar, a família desempenha um papel fundamental na diligência da saúde, pois sua participação influencia diretamente a eficácia do cuidado, além de impactar na qualidade de vida do paciente. A Equipe de Saúde da Família (ESF) tem a responsabilidade de se aproximar, fortalecendo laços, compreendendo o contexto familiar e promovendo uma abordagem clínica individualizada, que envolva tanto o paciente quanto seus cuidadores/familiares. No cenário de cuidado em casa, o paciente recebe apoio contínuo, e a equipe de saúde deve fornecer suporte à família para ajudá-la a lidar com as mudanças na rotina doméstica. (Vieira et al., 2015). Frente ao exposto, o estudante de enfermagem ter a experiência de visita domiciliar, enriquece a sua formação, preparando-o para realizá-la de forma humanizada, equânime e resolutiva. OBJETIVO: O presente trabalho tem por objetivo descrever a experiência de visita domiciliar na Atenção Primária à Saúde (APS) em um curso de graduação em enfermagem. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência vinculado à disciplina de Projeto Integrado de Extensão II da Instituição de Ensino Unidade Central de Educação Faem Faculdade, com a realização de uma visita domiciliar no período de agosto de 2024. RESULTADOS/DISCUSSÃO: O contexto familiar em que a visita domiciliar ocorreu, apresentava um paciente com demência, diabetes tipo 2 e enfisema pulmonar, utilizando oxigênio, sonda vesical e fraldas. Apesar das dificuldades financeiras, observou-se que sua família adotava boas práticas de cuidado, dentre elas a higienização regular e o posicionamento relativamente adequado do paciente. O grupo propôs um plano terapêutico para o Projeto Integrado de Extensão incluindo a mudança de decúbito a cada duas horas que visa prevenir úlceras de pressão, o uso de colchão piramidal para maior conforto, e medidas de higiene oral/corporal para evitar infecções e promover o bem-estar. Além deste aspecto, foi evidenciado a necessidade de cuidados em saúde mental aos familiares cuidadores do paciente, levando em consideração que estes encontravam-se emocionalmente abalados, demonstrando o papel do enfermeiro em um olhar ampliado ao contexto familiar, tendo como oportunidade, orientações em relação a cuidados em saúde mental a estes indivíduos, como o acompanhamento psicológico, a criação de grupos de apoio para troca de experiências e sentimentos, além de orientações sobre técnicas de relaxamento e autocuidado. A inclusão disso no plano terapêutico visa não apenas melhorar a qualidade de vida do paciente, mas também promover a saúde mental e o bem-estar dos familiares, que muitas vezes enfrentam o desgaste físico e emocional ao cuidar de um ente querido em situação de doença. Dessa maneira, o enfermeiro atua de maneira integral, reconhecendo a importância do suporte emocional e social como parte essencial no processo de cuidado. CONCLUSÃO: A atenção domiciliar à saúde tem ganhado cada vez mais espaço na estruturação do sistema de saúde, com o enfermeiro desempenhando um papel central nesse contexto. Considerando a importância do tema para a área de enfermagem, busca-se promover uma reflexão sobre o papel dos profissionais de enfermagem na Estratégia Saúde da Família, destacando a visita domiciliar como ferramenta para ações de prevenção, educação e adaptação ao cotidiano, que envolvem tanto o paciente acamado quanto seus familiares.