VISITA DOMICILIAR: PERCEPÇÃO DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM
Palavras-chave:
educação em saúde, saúde do idoso, enfermagemResumo
Introdução: A Estratégia Saúde da Família surge para atender o indivíduo e a família de forma integral e contínua. Uma de suas atividades essenciais é a visita domiciliar, que pode ser visualizada como uma oportunidade para obter informações adicionais sobre as condições de vida de um paciente, sua dinâmica familiar e seu estilo de vida, sendo apontada como um fator de melhora na qualidade dos cuidados prestados aos pacientes, bem como contribuinte no aspecto rentável dos pacientes que sofrem de doenças crônicas, por permitir uma maior integração entre as ações que ocorrem no contexto domiciliar e as que ocorrem nos serviços de saúde (Farias et al., 2020). Em relação ao paciente idoso, a visita ao domicílio é de fundamental importância, pois trata-se de uma oportunidade para planejarem o cuidado e definirem intervenções que assegurem boas práticas a essa população, sempre com a preocupação de envolver o cuidador e familiar neste processo (Rodrigues et al., 2019). Pode-se dizer ainda que, a visita domiciliar é uma opção de cuidado que traz benefícios especialmente para os idosos com doenças incapacitantes e aqueles que dependem do auxílio de terceiros por longo período de tempo. Essas pessoas, muitas vezes, não dispõem de um indivíduo que se responsabilize por seus cuidados diários (Reis et al., 2023). Objetivo: o presente trabalho tem por objetivo descrever a experiencia de visita domiciliar no APS em um curso de graduação em enfermagem. Método: Trata-se de um relato de experiência vinculada a disciplina Projeto Integrador II da instituição Unidade Central de Educação FAEM Faculdade – UCEFF, de uma visita domiciliar realizada no período de agosto de 2024. Resultados e Discussão: Na visita domiciliar realizada com o grupo de acadêmicos de enfermagem foi possível observar a vida as vulnerabilidades de um casal de idosos. Paciente de 79 anos, sofreu um AVC há 4 anos, que resultou no comprometimento do lado esquerdo de seu corpo. Antes do ocorrido, trabalhava com serviços gerais. Em conversa com a responsável foi relatado que possuem 3 filhos juntos, mas somente ela fornece os cuidados integrais ao paciente. Após observar receitas de medicamentos confirma-se diagnóstico de hipertensão e dislipidemia e seu familiar relata que o paciente possui dificuldades para dormir. Ao conversar com a esposa do paciente, identificou-se também o uso de medicamentos e ao verbalizar os horários que tomava seus medicamentos, foi orientada o uso correto conforme a prescrição medica. Nota-se higiene precária do paciente, familiar relata que o paciente faz uso de fraldas que conseguem gratuitamente pelo CRAS e que não possui nenhum sinal de edema e lesões, mas a frequência de seus banhos é reduzida. A alimentação é realizada duas vezes ao dia e não relata nenhuma dificuldade para adquirir alimentos. As condições de vida da família são precárias. A residência é de madeira, possui frestas e buracos no telhado que acaba facilitando a entrada de frio, humidade e animais, além de madeiras soltas que pode acabar ocasionando uma queda a esses idosos. A família possui animais de estimação (quatro cachorros e sete gatos), alguns ficam em baixo da casa e outros dentro, a responsável relata não serem vacinados. Aos cuidados de saúde, a esposa do paciente relata não realizar os exames de rotina há mais de um ano e que seu esposo está apresentando episódios de maior agitação e agressividade, além de dificuldade na sua conversação, bem como dificuldades ao utilizar ao banheiro devido sua mobilidade reduzida após o AVC. Considerações Finais: O presente trabalho foi de suma importância para compreender os aspectos relacionados a visita domiciliar desenvolvida pelo enfermeiro explicitando o seu potencial para fortalecer o cuidado familiar, especificamente o idoso. Como acadêmico de enfermagem, foi observado a importância do cuidado mais humanizado, permitindo a construção de vínculo e a compreensão das orientações dados pelo enfermeiro. Para tanto, é preciso que o enfermeiro saiba ouvir, para que se possa estabelecer ligação de confiança entre ele e o idoso especialmente, pois esta prática é desenvolvida no espaço domiciliar familiar. Desta forma, a visita permite conhecer a realidade, trocar informações dos familiares e assim subsidiar a construção de projeto de intervenção mais próximo das famílias.
Referências
FARIAS, L.L.S et al 2020. Visita domiciliar na prestação do cuidado de enfermagem à pessoa idosa: um relato de experiência. Revista Brazilian Journal of Development. Curitiba, v. 6, n.5,p.27761-27780may.2020.
RODRIGUES, R.A.P et al. Pressupostos das boas práticas do cuidado domiciliar ao idoso: revisão sistemática. Revista Brasileira de Enfermagem. v. 72, suppl. 2, 2019.