PRINCIPAIS INGREDIENTES E ADITIVOS DOS ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS

Autores

  • Eduarda Cichelero Barcarolo Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/ Chapecó, SC, Brasil.
  • Liziara Fraporti Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/ Chapecó, SC, Brasil.

Palavras-chave:

Ultraprocessados, Nutrientes, Nutrição, Neurotransmissores

Resumo

PRINCIPAIS INGREDIENTES E ADITIVOS DOS ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS

BARCAROLO, Eduarda Cichelero1
FRAPORTI, Liziara2

 

1 Graduanda do Curso de Biomedicina,Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/Chapecó, SC, Brasil.
2. Docente do Curso de Biomedicina, Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/Chapecó, SC, Brasil.

 

E-mail para correspondência: dudabarcarolo22@gmail.com



RESUMO EXPANDIDO

 

Introdução: Por definição, os alimentos ultraprocessados são os produtos alimentícios que passam por processamento industrial diverso, podendo sofrer adição e retirada de substâncias além de alterações nos aspectos físico-químicos da matéria-prima. Caracterizam-se pela praticidade no consumo, longa vida de prateleira e baixo valor nutricional, geralmente possuindo altos teores de açúcares, gorduras e sódio¹. A introdução dos ultraprocessados no mercado mundial intensificou-se a partir dos anos 1980 e 1990, chegando com força no brasil a partir dos anos 2000, impulsionado pelas mudanças nos hábitos da população, com rotinas cada vez mais intensificadas e a necessidade recorrente de renovação do mercado alimentício para atender a demanda populacional². Desde sua implementação no mercado, os profissionais da saúde tinham sua atenção voltada aos ultraprocessados, buscando entender os impactos que poderiam gerar na saúde da população, realizando pesquisas e análises acerca dos aditivos contidos nos alimentos. Objetivo: Identificar os principais ingredientes e aditivos presentes nos alimentos ultraprocessados e compreender como eles contribuem para os problemas de saúde. Método: O presente trabalho foi realizado através de um estudo descritivo não experimental do tipo de revisão de literatura. Para a pesquisa foram utilizados os principais bancos de periódicos disponíveis online, Pubmed, Scielo e Web of Science. Foram selecionados um artigo em língua inglesa e cinco artigos em portuguesa. Como estratégia de busca, foram utilizadas as seguintes palavras-chave: ultraprocessados, alimentos ultraprocessados, alimentação saudável, aditivos, conservantes, neurotransmissores, neurodegeneração. Resultados e Discussão: Como exemplos clássicos de alimentos ultraprocessados, pode-se citar biscoitos recheados, refrigerantes, macarrão instantâneo, pratos congelados, embutidos e molhos prontos, e de acordo com pesquisas realizadas por Louzada et al.⁴, entre os anos de 2017 e 2018, os alimentos ultraprocessados representavam 19,7% das calorias consumidas em um dia pelo brasileiro médio, enquanto que em 2021, 50% das famílias afirmam consumir ultraprocessados diariamente. De acordo com as autoras, a má-nutrição protagoniza uma sindemia crescente, uma vez que tanto a desnutrição quanto a obesidade representam as principais causas e agravantes de condições crônicas de saúde³. Os principais aditivos verificados nos rótulos dos produtos ultraprocessados são aromatizantes e realçadores de sabor que visam tornar o alimento mais palatável, antioxidantes e conservantes que evitam a deterioração da matéria orgânica fazendo com que se prolongue a vida de prateleira do produto e emulsificantes e estabilizantes que agem unindo moléculas que se repelem, como óleo e água, e mantendo a mistura homogênea e de bom aspecto para o consumo². Os alimentos ultraprocessados são projetados quimicamente para conferir satisfação ao consumidor, e isso se demonstra fidedigno ao analisar o ingrediente mais recorrente das formulações: o glutamato monossódico (MSG). Por mais que encontrado naturalmente em alguns aminoácidos não essenciais, – aqueles que o corpo produz naturalmente e não há a necessidade de consumi-los. –  este sal quando adicionado aos alimentos possui um papel de realçar o sabor e aumentar a percepção sobre o gosto dos alimentos, e relaciona-se diretamente com o sistema nervoso central visto que trata-se de um dos principais neurotransmissores excitatórios⁵. O abuso de substâncias excitatórias além da dependência, causam reações imediatas como euforia intensa, aumento da energia, aumento da vigília, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, mas a longo prazo evidenciam-se em insônia, nervosismo, ansiedade, palpitações, hipertensão, arritmias e inquietação. Elevadas concentrações do composto no organismo podem levar a doenças neurodegenerativas⁵. Combinando a potencial neurodegeneração com os altos níveis de gorduras e açúcares, os alimentos ultraprocessados representam uma ameaça significativa à saúde pública. O consumo regular desses produtos não só está associado ao aumento do risco de doenças crônicas, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, mas também pode contribuir para o declínio cognitivo e outras condições neurológicas, principalmente quando introduzido na alimentação de crianças⁶. A prevalência de aditivos artificiais, conservantes e realçadores de sabor nos ultraprocessados intensifica ainda mais esses riscos, criando um cenário alarmante para a saúde a longo prazo. Conclusão: Os alimentos ultraprocessados emergem como uma preocupação na saúde pública devido à prevalência na dieta das populações. A presença de aditivos artificiais e o alto teor de gorduras, açúcares e sódio nesses alimentos contribuem para uma síndrome crescente de má-nutrição, que inclui tanto a desnutrição quanto a obesidade, como principais fatores de risco para doenças crônicas. Torna-se imprescindível ações voltadas à conscientização da população, uma vez que os órgãos de fiscalização não repreendem o uso dos aditivos, apenas advertem sua presença na composição. É importante que chegue à população, através de produções acessíveis, informações que devidamente baseadas que chamem a atenção para o prognóstico relacionado ao consumo dos ultraprocessados, visando a diminuição do consumo e melhora na saúde da população.

Descritores: Ultraprocessados, Alimentos Ultraprocessados, Alimentação Saudável, Aditivos, Conservantes, Neurotransmissores, Neurodegeneração. 

Eixo temático: Pesquisa.



REFERÊNCIAS

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Publicado

2024-08-07

Edição

Seção

Resumo Expandido