BENEFÍCIOS DO PLASMA RICO EM PLAQUETAS NO TRATAMENTO DA ALOPECIA ANDROGENÉTICA

Autores

  • Gisele Gambin Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/ Itapiranga, SC, Brasil.
  • Natalia Ferrari Wink Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/ Itapiranga, SC, Brasil.
  • Taiane Schneider Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/ Itapiranga, SC, Brasil.
  • Camila Pires Machado da Silva Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/ Itapiranga, SC, Brasil.

Resumo

Introdução: O plasma rico em plaquetas (PRP) é uma modalidade de tratamento em constante expansão. O PRP é um soro autólogo contendo altas concentrações de plaquetas e fatores de crescimento1. As plaquetas contêm grânulos alfa que promovem a regeneração das células-tronco e a remodelação dos tecidos moles1,2.  Nestes grânulos alfa são encontrados muitos fatores de crescimento como: fator de crescimento endotelial vascular, fator de crescimento epitelial, fator de crescimento transformador beta e fator de crescimento semelhante à insulina1,2. Já os fatores de crescimento têm a importante função de realizar a mitogênese e a diferenciação de monócitos, fibroblastos, células-tronco, queratinócitos e células endoteliais1,2,3. Além disso, esses fatores de crescimento também são conhecidos por induzir proliferação celular, angiogênese e quimiotaxia, além de conter neurotransmissores como a serotonina, dopamina, histamina, adenosina e cálcio, que aumentam a permeabilidade da membrana1,2,3. As coletas de sangue para obtenção do PRP são feitas em um tubo com anticoagulante (10 a 20 ml) e posteriormente o sangue é centrifugado1. A centrifugação então separa a amostra de sangue total em três camadas: glóbulos vermelhos (RBCs), plasma pobre em plaquetas (PPP) e a camada de PRP de interesse1.  As plaquetas podem ser usadas até 5 dias após a coleta sob o risco de contaminação bacteriana se usado após este tempo1. Objetivos: Conhecer os benefícios da aplicação da PRP em pacientes com alopecia androgenética. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica nas bases de dados BVS, Medline, SciELO e PubMed, utilizando os seguintes descritores: estética, plasma rico em plaquetas, alopecia androgenética. Foram incluídos os estudos publicados a partir de 2016 até 2023, em qualquer idioma, com texto completo disponível, estudos de casos e estudos longitudinal ou transversal. Foram excluídos estudos de revisão de literatura. Resultados: Em Campinas, foi realizado um estudo randomizado, com 26 homens com alopecia androgenética, utilizando PRP ou solução salina intradérmica capilar4.  Neste estudo, o grupo em estudo recebeu 2mL por via subcutânea de PRP ou soro fisiológico, em 4 sessões com intervalo de 15 dias. Este estudo concluiu que o uso de PRP aumentou a contagem e densidade dos cabelos, além de aumentar a porcentagem de cabelos na fase anágena4. Outro estudo, realizado na Índia, em pacientes com alopecia androgenética comparou três grupos: no grupo 1 foram incluídos pacientes que usaram somente minoxidil, no grupo 2 foram incluídos pacientes que usaram minoxidil e PRP e no grupo 3 foram incluídos pacientes que usaram minoxidil, PRP e microagulhamento5. Os pacientes foram acompanhados por três meses. Neste estudo os pacientes que realizaram o tratamento associado com PRP, minoxidil e microagulhamento obtiveram resultados mais satisfatórios com relação aos outros dois grupos5. Na Califórnia, os autores buscaram comparar a eficácia, satisfação, tolerabilidade e segurança entre dois protocolos iniciais de PRP por 6 meses6. Os dois protocolos de PRP para alopecia androgenética foram aplicados em 40 pacientes. O primeiro protocolo constou de 3 sessões mensais com reforço em três meses de PRP injetado subdérmico, já o segundo protocolo consistiu em aplicar PRP a cada três meses num total de duas sessões6. Neste estudo os dois grupos obtiveram melhora significativa na contagem de cabelos, mais rapidamente no grupo 1; a espessura do cabelo melhorou nos dois grupos, e a satisfação no tratamento foram iguais nos dois grupos6.  O uso do PRP foi testado em um estudo com mulheres que apresentavam alopecia androgenética7. Os autores do estudo usaram PRP e soro fisiológico em áreas diferentes do couro cabeludo em 30 mulheres, em sessões semanais, em no máximo 4 sessões e foram acompanhadas por seis meses7. Neste estudo, a área onde foi aplicado o PRP houve melhora na densidade, na espessura do cabelo e na satisfação das pacientes7. Na Flórida, o estudo do uso PRP para alopecia androgenética foi feito randomizado com uso de minoxidil 5% e PRP em diferentes momentos8. O primeiro grupo usou PRP (três aplicações em 4 semanas) e após usou minoxidil diariamente até completar 12 semanas, enquanto que o segundo grupo usou PRP (idêntico ao primeiro grupo) e usou minoxidil 5% por 12 semanas8.  Os autores concluíram que o PRP tem resposta satisfatória no crescimento do cabelo embora não seja tão eficaz que o minoxidil8.  Outro estudo randomizado, com 30 mulheres, avaliou o uso da PRP em um grupo comparado ao uso de solução salina no segundo grupo9. Os autores concluíram que houve melhora na densidade e no calibre médio do cabelo nas pacientes tratadas com PRP9. Conclusão: As injeções subdérmicas de PRP são uma terapia eficaz e tolerável entre homens e mulheres com alopecia androgenética. Os estudos usando plasma rico em plaquetas no tratamento da alopecia androgenética mostram a melhora da densidade, calibre do cabelo, aumento na quantidade de cabelos na fase anágena e os pacientes referem estarem satisfeitos com os resultados. Alguns estudos usaram associação de PRP com outros tratamentos como o microagulhamento e o uso tópico de minoxidil e também obtiveram bons resultados. O preparo e o protocolo de uso do PRP foram diferentes em todos os estudos. Assim, mais estudos são necessários para melhor compreensão das limitações e benefícios nas fases clínicas associadas ao uso estético do PRP.  

 

REFERÊNCIAS

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  4. Rodrigues BL, Montalvão SAL, Cancela RBB, et al. Treatment of male pattern alopecia with platelet-rich plasma: A double-blind controlled study with analysis of platelet number and growth factor levels. J Am Acad Dermatol. 2019;80(3):694-700. doi:10.1016/j.jaad.2018.09.033
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  6. Hausauer AK, Jones DH. Evaluating the Efficacy of Different Platelet-Rich Plasma Regimens for Management of Androgenetic Alopecia: A Single-Center, Blinded, Randomized Clinical Trial. Dermatol Surg. 2018;44(9):1191-1200. doi:10.1097/DSS.0000000000001567
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  8. Bruce AJ, Pincelli TP, Heckman MG, et al. A Randomized, Controlled Pilot Trial Comparing Platelet-Rich Plasma to Topical Minoxidil Foam for Treatment of Androgenic Alopecia in Women. Dermatol Surg. 2020;46(6):826-832. doi:10.1097/DSS.0000000000002168
  9. Dubin, D. P., Lin, M. J., Leight, H. M., Farberg, A. S., Torbeck, R. L., Burton, W. B., & Khorasani, H. The effect of platelet-rich plasma on female androgenetic alopecia: A randomized controlled trial. Journal of the American Academy of Dermatology. 2020; 83(5), 1294–1297. https://doi.org/10.1016/j.jaad.2020.06.1021

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Publicado

2023-09-01

Edição

Seção

Resumo Expandido