CÂNCER DE MAMA: IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO

Resumo

Introdução: O câncer é uma enfermidade crônica  caracterizada pelo crescimento celular desordenado com potencial invasivo resultante de mutações no código genético, podendo ser hereditárias ou adquiridas^1,2. O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, estando atrás apenas do câncer de pele não melanoma¹. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, a taxa de mortalidade por câncer de mama, ajustada para a população mundial, foi de 11,84 óbitos a cada 100.000 mulheres A neoplasia maligna de mama é responsável por cerca de 20% da incidência de câncer e por 14% do total de mortes associadas às neoplasias, entre as mulheres. A doença é responsável por mais de 2 milhões de novos casos a cada ano, sendo que em 2023 estima-se que existam 73.610 casos novos da doença  em 2020. As regiões Sudeste e Sul apresentaram as maiores taxas, com 12,64 e 12,79 óbitos a cada 100.000 mulheres, respectivamente (INCA, 2022). Objetivo: Realizar uma revisão bibliográfica sobre os principais fatores de risco associados ao câncer de mama. Método: A presente pesquisa baseou-se no levantamento bibliográfico nas bases de dados United States National Library of Medicine (PubMed) e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Como critérios de inclusão foram selecionados artigos publicados no período de 2010 a 2023, no  idioma  português,  com  as seguintes palavras-chave:  câncer de mama; fatores de risco; incidência; doença. A  partir  dos  critérios, foram analisados seis artigos contendo especificações sobre  câncer  de  mama, sobretudo os fatores de risco. Resultados e discussão: O câncer de mama continua sendo uma das principais causas de morte em mulheres em todo o mundo. Diferentes fatores, como etnia, localização geográfica e nível socioeconômico podem afetar a incidência e mortalidade causada pela doença. Com base nos dados, foram listados alguns dos fatores de risco cientificamente relevantes e comprovados, tais como sobrepeso, bebida alcoólica, histórico familiar e idade elevada. Devido ao fato de o tecido adiposo ser estrogênico, a obesidade é considerada um fator de risco para o desenvolvimento do câncer de mama, já que esse tecido é um grande depósito de esteróides e contém enzimas que convertem andrógenos em estrógenos . O estrogênio, um dos hormônios utilizados na terapia de reposição hormonal, também tem um papel importante no desenvolvimento do câncer de mama, pois induz o crescimento das células do tecido mamário. Essa conversão de andrógenos em estrógenos ocorre tanto em homens quanto em mulheres⁷. A ingestão de bebida alcoólica representa um fator de risco  para o desenvolvimento do câncer de mama em mulheres na pré e na pós-menopausa1. Estudos recentes confirmaram este efeito de risco, mostrando que o consumo de bebida alcoólica está associado a um acréscimo no risco de desenvolvimento de câncer de mama, especialmente para receptores de estrogênio positivos. O álcool pode atuar por meio de controle além dos hormonais, como observado em estudos in vitro.  Causas hereditárias, como as mutações dos genes BRCA1  e BRCA2, são responsáveis por 5 a 10% de todos os casos  de câncer de mama, com maior contribuição dos  fatores ambientais e do estilo de vida na patogênese destes  tumores. Outras mutações também foram encontradas nos genes TP53, PTEN, MLH, entre outros. Os genes BRCA1 e BRCA2 produzem proteínas supressoras de  tumor. Essas proteínas reparam o DNA danificado e, portanto,  desempenham um papel na garantia da estabilidade do material  genético de cada célula. Quando um desses genes sofre uma mutação ou alteração, de forma que seu produto proteico não  funcione corretamente, o dano ao DNA pode não ser reparado  de maneira adequada. Como resultado, as células têm maior  probabilidade de desenvolver alterações genéticas que podem  levar ao desenvolvimento do câncer.^5,8 Com relação à faixa etária, há uma curva ascendente a partir dos 30 anos, que apresenta um pico de aceleração entre os 40-50 anos e outro aumento no intervalo 60-70 anos, sem relação com estado hormonal.^3,4,5 Conclusão: O câncer de mama é uma doença complexa e multifatorial, sendo que vários fatores de risco estão envolvidos no seu desenvolvimento. A identificação desses fatores é crucial para a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, o que pode melhorar significativamente o prognóstico dos pacientes. É importante ressaltar que a prevenção do câncer de mama envolve a adoção de um estilo de vida saudável, incluindo uma alimentação balanceada, a prática regular de atividade física e a redução do consumo de álcool. Além disso, é fundamental o acompanhamento médico regular, especialmente em mulheres com histórico familiar de câncer de mama. Nesse sentido, a conscientização sobre os fatores de risco e a promoção da prevenção são fundamentais para reduzir a incidência e a mortalidade do câncer de mama em todo o mundo.