O USO DO MTA EM PERFURAÇÕES RADICULARES: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Palavras-chave:
Agregado Trióxido Mineral, Endodontia, Perfuração RadicularResumo
Introdução: As perfurações radiculares podem ocorrer devido a causas não iatrogênicas como lesões cariosas muito profundas e reabsorções, ou iatrogênicas, durante a realização do tratamento endodôntico por uso incorreto dos instrumentos, falha na técnica e/ou falta de conhecimento da anatomia dental e suas variações. Para o devido tratamento dessas perfurações, o ideal é que os materiais sejam biocompatíveis, seladores, radiopaco, tenham adesão à dentina e induzam a formação de tecido mineralizado.1,2 O Agregado de Trióxido Mineral (MTA) foi criado no início dos anos 90 por Mahmoud Torabinejad, sendo utilizado inicialmente para o selamento de perfurações radiculares. É formulado a partir do cimento Portland comercial e se apresenta sob a forma de pó branco ou cinza, sendo formado principalmente por silicato dicálcico, silicato tricálcico alumínio ferrítico tetracálcico, alumínio tricálcico, sulfato de cálcio diidratado e óxido de bismuto, sendo esse o responsável pela sua característica de radiopacidade, além de pequenas quantidades de outros óxidos e íons minerais.3,4 Clinicamente, pode ser utilizado em casos de pulpotomia, polpa necrosada, reparo de perfurações radiculares, apicificação, capeamento pulpar, reabsorção interna ou como retro obturador.1 Objetivos: Este estudo tem como objetivo realizar uma revisão de literatura a respeito da utilização do material MTA, avaliando suas propriedades físicas, químicas e biológicas, pois é um material muito utilizado atualmente na área da endodontia. Metodologia: Para realizar essa revisão de literatura foi realizada uma busca nas bases de dados Google acadêmico, SciELO e PubMed. Utilizou-se como estratégia de busca artigos de língua portuguesa e inglesa, considerando as seguintes palavras chaves: agregado trióxido mineral; endodontia; perfuração radicular. Foram selecionados 06 (seis) artigos, escritos entre os anos 2007 e 2023. Resultados: a literatura analisada mostrou que o MTA apresenta diversas propriedades, e após várias pesquisas in vitro e in vivo, se tornou o material de maior aplicabilidade em casos de perfurações radiculares.3 Ao ser comparado com outros materiais, como por exemplo, o amálgama de prata, cimentos a base de óxido de zinco e eugenol ou ionômero de vidro, apresentou superioridade, por ser um material hidrofílico, tendo a sua presa na presença de água, podendo assim ser utilizado em meio úmido, como por exemplo, em locais com saliva e sangue, apresentando também um melhor selamento.1,3 É um material biocompatível e induz a formação de tecido mineralizado, ideal para o reparo da área exposta e afetada.1 Além disso, como é um material que apresenta forte ph alcalino, possui efeito antibacteriano, na qual, essa característica parece estar relacionada devido à liberação de hidróxido de cálcio, porém, ao comparar seu efeito antibacteriano, o hidróxido de cálcio se apresenta superior.5 Em casos de perfurações periapicais, destaca-se a sua capacidade de estimular o metabolismo ósseo reparador, com a formação de periósteo, osso e deposição de cemento, fornecendo também uma cicatrização adequada aos tecidos periodontais.6 Conclusão: pode-se concluir através desta revisão de literatura que o MTA se apresenta como um material seguro e previsível, e se difere de todos os outros materiais devido a sua biocompatibilidade e suas propriedades antibacterianas, capacidade de selamento e adaptação marginal, indução do reparo dos tecidos periapicais e principalmente sua característica hidrofílica. Sendo assim, o MTA se tornou o material ideal para ser utilizado em perfurações radiculares e de furca e atualmente possui grande aplicabilidade na odontologia, principalmente na endodontia.