USOS DO ÁCIDO HIALURÔNICO : UMA REVISÃO DE LITERATURA
Resumo
Introdução: O ácido hialurônico (AH) é um polissacarídeo natural pertencente à família dos glicosaminoglicanos, encontrado em tecidos conjuntivos, cartilagem, líquido sinovial e na matriz extracelular da pele humana. Sua função está relacionada à retenção de água, elasticidade e suporte estrutural, o que o torna essencial para processos fisiológicos de hidratação e cicatrização tecidual.1 Nas últimas décadas, o AH tem sido amplamente estudado por suas aplicações médicas e estéticas, como no tratamento de disfunções articulares, reparação tecidual, preenchimento facial e formulações dermatológicas.2 Objetivos: Descrever os principais usos terapêuticos e cosméticos do AH, apresentando sua relevância clínica, os métodos de investigação encontrados na literatura e as evidências relacionadas à sua eficácia e segurança. Métodos: Foi realizada uma revisão de literatura utilizando as bases de dados científicas PubMed e SciELO, selecionando publicações entre 2015 e 2025. Os descritores utilizados foram: “ácido hialurônico”, “preenchimento dérmico” e “regeneração tecidual” conectados por AND ou OR. Foram selecionados artigos originais, revisões sistemáticas e ensaios clínicos que abordassem a utilização do AH em contextos médicos e estéticos. Resultados e Discussão: O AH apresenta alta biocompatibilidade e baixa imunogenicidade, características que justificam seu uso em terapias regenerativas e dermatológicas.3 No campo ortopédico, é utilizado em infiltrações intra-articulares para o tratamento da osteoartrite, promovendo analgesia e melhora funcional.4 Em odontologia, sua aplicação tem sido investigada em procedimentos periodontais e regeneração óssea, com resultados promissores.5 Na área estética, o AH tornou-se um dos principais preenchedores dérmicos devido à sua capacidade de promover volume e hidratação cutânea, com resultados temporários, mas seguros, quando administrado por profissionais habilitados.6 Além disso, formulações tópicas de baixo peso molecular podem penetrar nas camadas superficiais da pele, contribuindo para a melhora da elasticidade e redução de linhas finas.7 Contudo, existem limitações, como reações adversas raras, incluindo edema, eritema e formação de nódulos. Outro ponto relevante é a degradação rápida do AH pelo organismo, o que exige reaplicações periódicas. Pesquisadores têm buscado desenvolver versões reticuladas e associadas a outros biomateriais para prolongar sua durabilidade.8 De maneira geral, a literatura demonstra que o AH possui eficácia clínica significativa em múltiplos contextos, embora a padronização de protocolos e a avaliação de longo prazo ainda sejam necessárias. Conclusão: O AH é uma substância de grande relevância médica e estética, destacando-se por sua versatilidade, biocompatibilidade e segurança. Sua utilização vai desde aplicações ortopédicas e odontológicas até a dermatologia estética. Apesar de suas limitações, os avanços tecnológicos apontam para formulações cada vez mais duradouras e eficazes. Dessa forma, o AH permanece como objeto de interesse científico e clínico, com perspectivas de expansão em áreas emergentes da medicina regenerativa.
Referências
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