HPV E CÂNCER CERVICAL: EPIDEMIOLOGIA, RASTREAMENTO E PREVENÇÃO
Palavras-chave:
Palavras-chave: Papilomavírus Humano; HPV; câncer do colo do útero; HPV-DNA.Resumo
Introdução: O câncer do colo do útero é uma neoplasia que se desenvolve no colo uterino e está fortemente associado à infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV). Essa doença evolui de forma lenta, sendo geralmente precedida por alterações pré-cancerosas. O rastreamento por meio do exame Papanicolau permite identificar lesões intraepiteliais, enquanto o teste molecular para detecção do HPV-DNA possibilita maior sensibilidade na detecção ¹. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), sua maior incidência ocorre em mulheres entre 30 e 39 anos, enquanto em mulheres mais jovens, como aos 25 anos, lesões benignas são frequentes e tendem a regredir. Já em mulheres acima dos 65 anos, o risco diminui quando houve rastreamento adequado ao longo da vida ¹⁻². Objetivos: Analisar a relação entre a infecção pelo HPV e o desenvolvimento do câncer do colo do útero, considerando aspecto de prevenção e diagnóstico precoce. Métodos: Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica desenvolvido a partir de pesquisa nas bases de dados SciELO, PubMed e em outras plataformas relevantes da área da saúde. Utilizaram-se como palavras-chave os termos: “papilomavírus humano”, “câncer do colo do útero”, “HPV” e “papanicolau”. Foram adotados como critérios de inclusão artigos publicados entre 2020 e 2025, disponíveis nos idiomas português e inglês. Excluíram-se publicações que não abordaram diretamente a relação entre HPV e câncer cervical, textos indisponíveis na íntegra e artigos duplicados nas bases de dados. Além disso, documentos oficiais de referência, como os do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), também foram utilizados como suporte teórico para embasar a discussão. Resultados e discussão: O HPV é uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns, com mais de 200 genótipos identificados, classificados em baixo e alto risco oncogênico ³. Neste contexto, os tipos 16 e 18 são classificados como HPV de alto grau, sendo responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer cervical ⁴⁻⁵. O tempo médio entre a infecção e o desenvolvimento do câncer varia de 10 a 20 anos, possibilitando um rastreamento eficaz ⁶. O exame citopatológico (Papanicolau) é recomendado no Brasil desde a década de 1970 e deve ser realizado em mulheres de 25 a 64 anos, a cada três anos, após dois resultados anuais normais ⁷⁻⁸. Apesar de sua importância, a OMS recomenda os testes moleculares de HPV-DNA por apresentarem maior sensibilidade ⁹. A vacinação é a principal estratégia de prevenção primária. O rastreamento regular, a vacinação e o diagnóstico precoce são fundamentais para reduzir sua mortalidade, sobretudo em países de baixa e média renda ¹⁰⁻¹¹. Conclusão: O câncer do colo do útero permanece como uma das neoplasias mais incidentes entre mulheres, sendo o terceiro mais frequente e tem como principal causa a infecção persistente pelo HPV, sobretudo pelos subtipos 16 e 18 ⁴⁻⁵. A prevenção primária por meio da vacinação, associada ao rastreamento regular, pelo exame citopatológico e, mais recentemente, pelos testes moleculares de HPV-DNA, configura-se como a estratégia mais eficaz para reduzir a incidência do câncer do colo do útero ⁷⁻⁸⁻⁹⁻¹⁰.
Referências
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