O EFEITO DO CORTISOL ELEVADO

SINTOMAS FÍSICOS E MENTAIS NA SAÚDE HUMANA

Autores

  • Ellen Fernanda Veit Grosz Unidade Central de Educação FAI Faculdades-UCEFF/Frederico Westphalen, RS, Brasil.
  • Daniel Sant´´ anna Unidade Central de Educação FAI Faculdades-UCEFF/Frederico Westphalen, RS, Brasil.

Palavras-chave:

patologias, estresse crônico, hormônio

Resumo

Introdução: O estresse é considerado uma resposta natural do organismo diante de situações de ameaça ou sobrecarga, envolvendo mecanismos emocionais, fisiológicos e hormonais. Em diversas situações as respostas emocionais e fisiológicas são exacerbadas, ativando o sistema imunológico, nervoso e endócrino.¹ Nessa condição, o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) é ativado, levando à liberação de cortisol. Apesar de essencial para a adaptação imediata, a elevação persistente desse hormônio está associada a prejuízos à saúde, incluindo alterações metabólicas, cardiovasculares e cognitivas, além de maior vulnerabilidade a transtornos mentais.2 Objetivos: O presente estudo tem por objetivo realizar uma revisão de literatura objetiva e simplificada, descrevendo os principais sintomas e doenças relacionadas ao estresse crônico e aumento dos níveis de cortisol. Métodos: A pesquisa baseou-se em uma revisão bibliográfica na base de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), National Library of Medicine (PubMed) e Google Acadêmico e dados de agências de saúde global, utilizando os seguintes descritores: estresse, cortisol, impactos. Os critérios de inclusão foram publicações dos últimos 10 anos, texto completo disponível gratuitamente; e os critérios de exclusão foram publicações anteriores a esse período. Resultados: Embora o estresse agudo seja uma resposta adaptativa de curto prazo que libera adrenalina e aumenta a frequência cardíaca,6 o estresse crônico é a principal causa de danos à saúde.5 A exposição prolongada a altos níveis de cortisol pode levar à atrofia da massa cerebral, com consequências diretas na cognição, memória e na própria resposta do corpo ao estresse. No âmbito físico podem ser desenvolvidas doenças gastrointestinais (como a síndrome do intestino irritável e alteração da microbiota intestinal),5 hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares.4 Também contribui para a degradação do colágeno, acelerando o envelhecimento da pele,5 e está ligado a condições como o bruxismo.8 Em relação à saúde mental, a depressão está associada aos altos índices de cortisol, criando um ciclo vicioso que agrava os sintomas. A demência também está associada ao estresse crônico, pois compromete a função cognitiva do paciente por conta da atrofia da massa cerebral.4 Conclusão: É evidente que o estresse crônico está relacionado com o aumento do cortisol, e associado a complicações físicas e mentais.5 A dosagem laboratorial do cortisol é possível por meio de métodos como o imunoensaio e a espectroscopia de massa (considerada padrão ouro), e o diagnóstico clínico é essencial, exigindo muitas vezes uma equipe multidisciplinar para atuar no diagnóstico, monitoramento e tratamento.3 A capacidade de analisar se uma patologia é originada ou agravada pelo estresse permite um tratamento mais eficaz e individualizado. Abordagens multidisciplinares, incluindo acompanhamento psicológico, exercícios físicos, cuidados com alimentação e outras práticas de gerenciamento de estresse, são essenciais para ajudar o paciente a reduzir o cortisol e melhorar sua qualidade de vida.

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Publicado

2025-12-20

Edição

Seção

Resumo Expandido/Resumos