MONITORAMENTO DE NÍVEIS SÉRICOS DE FÁRMACOS: IMPORTÂNCIA DA TOXICOLOGIA CLÍNICA
Resumo
Introdução: O monitoramento terapêutico de fármacos (MTF) consiste em uma quantificação feita de forma periódica das concentrações plasmáticas de medicamentos, tendo em vista garantir a eficácia terapêutica e prevenção de intoxicações. É principalmente relevante para fármacos com estreita faixa terapêutica, grande variabilidade farmacocinética ou risco elevado de efeitos adversos, como fenitoína e lítio (1,2). Ademais, dados epidemiológicos mostram que as intoxicações medicamentosas seguem sendo um problema de saúde pública, reforçando a necessidade de integração entre as equipes clínicas e laboratórios para assegurar a eficácia no tratamento (3,4). Objetivo: Esse estudo tem como objetivo reunir evidências científicas sobre a importância do monitoramento terapêutico e toxicológico dos fármacos, realçando métodos disponíveis, desafios na prática clínica e estratégias de prevenção de intoxicações. Método: Essa pesquisa é uma revisão da literatura, com análise feita em estudos publicados entre 2017 e 2024, obtidos em bases como SciELO, PubMed e periódicos científicos. Foram utilizados os seguintes descritores: “monitoramento terapêutico”, “toxicologia clínica”, “níveis séricos” e “intoxicação medicamentosa”. Como critérios de aceitação, foram adotados artigos disponíveis na íntegra, publicados em português ou língua estrangeira e estudos sobre monitoramento terapêutico de fármacos ou toxicologia clínica. Para rejeição, foram utilizados fatores como artigos duplicados ou sem relação direta com o tema proposto. Resultados e Discussão: Estudos realizados mostram que o MTF é essencial para otimizar tratamentos de várias condições clínicas. No caso do lítio, a ausência de monitoramento está associada a falhas terapêuticas e intoxicações, sendo necessária maior padronização e integração entre clínica e laboratório (1). Pesquisas demonstram que a saliva pode ser uma alternativa viável e não invasiva para a dosagem de fenitoína, aumentando o acesso ao monitoramento (2). Análises sobre intoxicação medicamentosa reforçam o papel estratégico do profissional farmacêutico na prevenção e detecção precoce de toxicidade (3). A ocorrência de intoxicação é predominante em mulheres jovens, com uso dominante de psicotrópicos, evidenciando a importância da vigilância laboratorial (4). Métodos como cromatografia líquida, espectrofotometria e imunoensaios permanecem sendo o padrão-ouro, mas alternativas mais rápidas e acessíveis ganham espaço (5,6). Estudos recentes mostram desafios como falta de padronização, baixa adesão ao monitoramento, indisponibilidade de métodos rápidos em serviços de saúde e uso insuficiente de alternativas não invasivas (1,2,5). Conclusão: O monitoramento terapêutico e toxicológico de fármacos é uma ferramenta fundamental para a segurança e eficácia do tratamento medicamentoso, colaborando para a diminuição de eventos adversos e internações. A ampliação dos métodos não invasivos, integração entre os profissionais de saúde e a padronização dos protocolos laboratoriais são estratégias para superar os desafios atuais. Investimentos em capacitação, tecnologia e vigilância são necessários para tornar o MTF mais acessível e efetivo.
Referências
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