EXAMES LABORATORIAIS NO DIAGNÓSTICO DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

Autores

  • Camila Luiza Hentges Unidade Central de Educação FAI Faculdades –UCEFF/ Chapecó, SC, Brasil.
  • Daniel dos Reis Sant´´´anna Unidade Central de Educação FAI Faculdades –UCEFF/ Chapecó, SC, Brasil.

Resumo

INTRODUÇÃO: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune crônica, multissistêmica e heterogênea, cujo diagnóstico precoce representa desafio significativo, devido à inexistência de um marcador laboratorial único e definitivo¹,². Assim, a identificação clínica deve ser acompanhada por marcadores laboratoriais que, em conjunto, aumentam a acurácia diagnóstica e auxiliam no acompanhamento da atividade da doença³,⁴. OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo analisar o papel dos principais exames laboratoriais utilizados no diagnóstico do LES, destacando sua relevância clínica, limitações e implicações prognósticas. MÉTODOS: Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma revisão bibliográfica de artigos publicados na base de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), PubMed e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Na busca pelos artigos, realizada entre os meses de julho a setembro de 2025, utilizou-se como critério de inclusão artigos que abordam aspectos relacionados ao tema do presente trabalho,  e os seguintes descritores: Lúpus eritematoso sistêmico; Diagnóstico; Exames laboratoriais; Autoanticorpos; Biomarcadores. RESULTADOS: O exame mais utilizado é a pesquisa de fator antinuclear (FAN), positiva em mais de 95% dos pacientes, configurando-se como teste sensível, porém inespecífico⁵. Por isso, deve ser interpretado em conjunto com o quadro clínico. Os anticorpos anti-DNA apresentam maior especificidade, estando relacionados à atividade da doença, especialmente, ao desenvolvimento de nefrite lúpica⁶. Já o anti-Sm, embora pouco sensível (20–30%), é altamente específico para LES e integra os critérios de classificação EULAR/ACR 2019⁷. Os anticorpos antifosfolípides (anticardiolipina, anti-β2-glicoproteína I e anticoagulante lúpico) são relevantes para a detecção da síndrome antifosfolípide associada, caracterizada por eventos trombóticos e complicações gestacionais⁸. Exames hematológicos podem revelar linfopenia, trombocitopenia e anemia hemolítica autoimune, achados frequentes no LES⁹. Já os testes bioquímicos avaliam função renal, sendo proteinúria e cilindrúria indicativos de nefrite ativa¹⁰. A dosagem de C3 e C4 auxilia no monitoramento da atividade inflamatória, já que níveis baixos refletem consumo do sistema complemento, correlacionando-se com a doença¹¹. Os critérios de classificação atuais (EULAR/ACR 2019) recomendam que exames laboratoriais sejam utilizados de forma combinada às manifestações clínicas, reduzindo riscos de falsos-positivos e atrasos diagnósticos⁷,¹². CONCLUSÃO: Os exames laboratoriais são indispensáveis no diagnóstico e acompanhamento do LES. O FAN permanece como marcador de triagem, enquanto os autoanticorpos anti-DNA e anti-Sm conferem maior especificidade. A associação com exames hematológicos, bioquímicos e de complemento permite uma visão global do paciente. Avanços em biomarcadores poderão, futuramente, aprimorar a sensibilidade e a especificidade diagnóstica, favorecendo intervenções precoces e melhor prognóstico.

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Publicado

2025-12-20

Edição

Seção

Resumo Expandido/Resumos