Publicado 2025-10-23
Resumo
Este estudo investiga como a configuração espacial, orientada por princípios da Neuroarquitetura e do Feng Shui, pode favorecer estados de Flow em contextos criativos. A pesquisa exploratória, de caráter qualitativo, adota a cartografia sensível como metodologia, permitindo mapear experiências, percepções e interações de forma processual e subjetiva. Os dados foram produzidos a partir de observação participante em oficinas e mentorias conduzidas pela autora, bem como em encontros do Grupo de Estudos e Pesquisas em Neurociências e Arquitetura (GEP-NeuroArq) realizados entre 2022 e 2025, envolvendo aproximadamente 150 participantes. Os resultados evidenciam três eixos fundamentais para a promoção do Flow: conforto sensorial (iluminação, ventilação e acústica), coerência simbólica (organização espacial, cores e elementos naturais) e microajustes ambientais (intervenções simples e acessíveis). A análise sugere que a integração entre parâmetros técnicos da Neuroarquitetura e camadas simbólicas do Feng Shui potencializa a qualidade dos ambientes e amplia a experiência criativa. Como contribuição prática, apresenta-se a ferramenta “Roda da Vida do Baguá”, que conecta autoavaliação subjetiva, leitura simbólica e critérios espaciais. Além de apoiar cada profissional na reflexão sobre o seu próprio espaço criativo, o recurso oferece subsídios para diferentes profissionais: arquitetos, no desenvolvimento de projetos mais sensíveis e integrativos; educadores, na criação de ambientes de aprendizagem que favoreçam engajamento e foco; e profissionais da criatividade, no suporte a processos inovadores.