Resumo
O Neurourbanismo constitui um campo emergente e interdisciplinar dedicado a investigar de que forma o ambiente urbano influencia a atividade cerebral, a saúde mental e o comportamento humano, integrando aportes da neurociência, da psicologia, do urbanismo e da saúde coletiva. Este estudo apresenta uma revisão de escopo de pesquisas empíricas em Neurourbanismo, com o objetivo de mapear os métodos empregados, identificar tendências e apontar limitações metodológicas. A busca bibliográfica, realizada nas bases ScienceDirect, Scopus, Web of Science e PubMed, utilizando o descritor “Neurourbanism”, e submetida a critérios de inclusão e exclusão previamente definidos, resultou na seleção de 16 artigos publicados entre 2017 e 2025. Observou-se uma predominância de abordagens quantitativas fundamentadas em neurotecnologias (fMRI, EEG móvel, fNIRS, biossensores) integradas com abordagens qualitativas como questionários e entrevistas. Embora as técnicas biométricas ampliem a precisão das análises, seu uso isolado acarreta riscos de reducionismo. A integração com métodos qualitativos e participativos ainda se encontra em estágio inicial, mas revela-se essencial para captar dimensões socioculturais e subjetivas. Conclui-se que a triangulação metodológica, associada à padronização de protocolos e ao rigor ético, é imprescindível para o avanço de uma compreensão integrada dos efeitos do ambiente urbano sobre o bem-estar psicológico e neurológico.