INCIDÊNCIA DE CISTOS OVARIANOS EM VACAS LEITEIRAS NO PÓS-PARTO NA REGIÃO OESTE DE SANTA CATARINA

Resumo

A produção leiteira no Brasil vem ganhando importância entre pequenos produtores, especialmente no oeste de Santa Catarina, onde a atividade é uma fonte de renda significativa. A alta demanda alimentar, impulsionada pelo crescimento populacional, motiva a busca por maior produtividade, mas também aumenta a incidência de enfermidades metabólicas e reprodutivas, como os cistos ovarianos. Os cistos ovarianos, divididos em foliculares e luteínicos, representam um importante fator de infertilidade e acarretam perdas econômicas devido ao prolongamento do intervalo entre partos, redução na produção de leite e gastos veterinários O cisto folicular, predominante entre os casos, é caracterizado por folículos anovulatórios de diâmetro superior a 17 mm, e a maioria das vacas com essa condição apresenta anestro ou comportamento ninfomaníaco. Este estudo foi realizado em 56 propriedades no oeste de Santa Catarina, avaliando 1132 vacas de 9 municípios, com predominância da raça holandesa. Foram utilizados ultrassons portáteis para o diagnóstico e monitoramento dos cistos ovarianos. A incidência encontrada foi de 7,60%, corroborando valores de estudos anteriores. Diversos fatores contribuem para o surgimento dos cistos, como desequilíbrios nutricionais, estresse, e condições metabólicas no pós-parto. A recuperação espontânea ocorre em alguns casos, mas o tratamento hormonal é considerado a opção mais eficaz. A aplicação de GnRH, seguida de PGF2α, auxilia no restabelecimento da fertilidade. A eliminação de vacas com histórico de cistos, visando controlar fatores hereditários, e o uso profilático de GnRH são práticas recomendadas para reduzir a incidência de cistos ovarianos. Conclui-se que a incidência de cistos ovarianos na região é significativa e que a adoção de práticas preventivas e tratamentos adequados pode reduzir o impacto econômico causado por essa condição reprodutiva.