Abstract
O carcinoma de células escamosas (CCE) em bovinos é uma condição de impacto econômico relevante na pecuária, afetando principalmente raças com baixa pigmentação periocular, como o Holandês e Hereford. Essa neoplasia maligna, que acomete os queratinócitos, é mais prevalente em regiões de alta exposição solar e comumente afeta as áreas oculares dos animais, comprometendo a produção de leite, capacidade reprodutiva, e o ganho de peso, resultando em prejuízos econômicos devido à desvalorização das carcaças. Em um estudo de caso, uma vaca Holandês, prenhe, com CCE em estágio avançado, foi atendida na UCEFF Itapiranga. Após o diagnóstico, o animal foi submetido a uma exenteração orbitária para remover completamente o olho e os tecidos afetados. O procedimento foi realizado durante uma aula prática de Clínica Médica de Ruminantes, com participação de acadêmicos do penúltimo semestre, proporcionando a experiência prática na técnica cirúrgica. A sedação e anestesia foram administradas com cloridrato de xilazina, cetamina e midazolam, além de bloqueios anestésicos regionais. Após a cirurgia, o pós-operatório incluiu a administração de anti-inflamatórios e antibióticos, e, após 14 dias, o animal teve os pontos removidos e pôde voltar à sua rotina. Os resultados foram satisfatórios, com o animal apresentando recuperação completa. A conclusão do estudo reforça que o CCE representa o segundo maior desafio econômico para a bovinocultura. A seleção de animais com maior pigmentação periocular pode reduzir a incidência da doença. Em rebanhos de alta produção, a cirurgia é uma solução eficaz para o tratamento, mas, para animais de baixo valor econômico, o descarte ainda é uma alternativa viável.