v. 1 n. 1 (2022)
Artigos

ACIDOSE RUMINAL EM BOVINOS

Delciani Gebert
Uceff
ISSN 2764-9199

Publicado 05/30/2023

Resumo

Acidose ruminal é uma condição patológica que causa sinais clínicos digestivos nos animais acometidos. Considerando os impactos econômicos decorrentes da enfermidade o objetivo desse trabalho foi definir as causas, consequências e métodos de prevenção da acidose ruminal. A doença ocorre após à ingestão de alimentos com alto teor de carboidratos facilmente fermentáveis como açúcares e alimentos ricos em amido, especialmente grãos que acarretam mudanças no perfil de fermentação ruminal e consequente queda do pH no órgão. Manifesta-se principalmente em sistemas intensivos de criação de bovinos de leite ou corte devido dietas destes sistemas ter em sua composição quantias elevadas de carboidratos na busca de melhor performance produtiva dos animais. Os sinais clínicos variam conforme a quantidade de carboidratos ingerida e a adaptação prévia aos mesmos, na fase aguda observa-se anorexia, parada ruminal, diminuição da produção e fezes pastosas com coloração acinzentada ou amarelada, porém podem ocorrer formas mais graves tendo por consequência a morte dos animais. Na apresentação subaguda da doença os prejuízos são maiores em decorrência dos sinais clínicos não ser nítidos e estar relacionados a manifestações secundárias que diminuem consideravelmente o desempenho zootécnico dos animais acometidos. As principais formas de prevenção se voltam ao balanceamento e manejo nutricional possibilitando a expressão do máximo potencial produtivo de bovinos de aptidão leiteira e cárnea.

Referências

  1. ALLEN D. G. et al. The Merck veterinary manual, 10.ed, Whitehouse Station, N. J., USA, Merck & CO. 2010.
  2. BARBOSA, L. Saúde Ruminal em Vacas Leiteiras. Milkpoint. 2016. Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/canais-empresariais/phibro/saude-ruminal-em-vacas- leiteiras-99957n.aspx
  3. BARROS, L. Transtornos metabólicos que afetam a qualidade do leite. In: GONZÁLEZ, F. H. D; DÜRR, J. W; FONTANELI, R.S. Uso do leite para monitorar a nutrição e o metabolismo de vacas leiteiras. Porto Alegre, 2001
  4. BLOOD, D.C.; HENDERSON, J.A.; RADOSTITS, O.M. Doenças do trato alimentar. In: Clínica Veterinária. 5ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, p.95-149, 1979.
  5. CAMPOS, R. et al. Indicadores do ambiente ruminal e suas relações com a composição do leite e células somáticas em diferentes períodos da primeira fase da lactação em vacas de alta produção. Ciência Rural, Santa Maria, v.36, n.2, mar-abr, 2006.
  6. CANSIAN, M.C.C. Acidose Ruminal: Grande Problrema do Gado Leiteiro. Ouro Fino Saúde Animal. 2014. Disponível em : https://www.ourofinosaudeanimal.com/ourofinoemcampo/categoria/artigos/acidose- ruminal-grande-problema-do-gado-leiteiro/
  7. CEBALLO, P.O; HERNANDEZ, R. Propriedades físico-químicas do leite e sua associação com transtornos metabólicos e alterações na glândula mamária. In: GONZÁLEZ, F. H. D; DÜRR, J. W; FONTANELI, R.S. Uso do leite para monitorar a nutrição e o metabolismo de vacas leiteiras. Porto Alegre, 2001
  8. CORREA, C. E. S.et al. Relationship Between Corn Vitreousness and Ruminal In Situ Starch Degradability. J. Dairy Sci. 85:3008–3012. American Dairy Science Association, 2002.
  9. FERNANDO, S. C. et al. Rumen Microbial Population Pynamics During Adaptation to a High Grain Diet. Applied and environmental microbiology, washington, v. 76, n. 22, p. 7482-7490, 2010.
  10. FRENCH, J; KENNELLY, J.J. Effects of feeding frequency on ruminal parameters,plasmainsulin,Milkyield,and milk compositionin holstein cows. Department of Animal ScIence University of Alberta, Edmonton,Canada, 1989.
  11. GOMES, R, da C. et al. Estratégias alimentares para gado de corte: suplementação a pasto, semiconfinamento e confinamento. Brasília, DF. EMBRAPA, cap.9, p.22, 2015
  12. HERNÁNDEZ, J. et al. Ruminal acidosis in feedlot: from aetiology to prevention. The Scientific World Journal, 2014.
  13. HOFFMAN ,P. C. et al. Influence of ensiling time and inoculation on alteration of the starch-protein matrix in high-moisture corn. J. Dairy Sci. 94 :2465–2474 doi: 10.3168/jds.2010-3562 American Dairy Science Association®, 2011
  14. JESUS, T. L; JUNIOR, G.N. Avaliação do custo de protocolos de adaptação às dietas de alto concentrado para bovinos nelore em confinamento. Jornada Científica da Fatec de Botucatu,SP, 2012.
  15. LAGE, C. F de A. Características e processamento do grão de milho e sua utilização no concentrado de bezerros em aleitamento. Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v.14, n.5, p.7026-7031, set/out, 2017.
  16. LASKOSKO, L. M. Acidose Ruminal Subaguda e as perdas na Predução de Leite. Milk Point, 2009. Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao/acidose-ruminal-subaguda-e-as- perdas-na-producao-de-leite-53832n.aspx
  17. LEAN, I. J. et al. Energy and protein nutrition management of transition dairy cows. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, Philadelphia, v. 29, n. 2, p. 337-366, 2013.
  18. LEAN, I. J. et al. Ruminal acidosis–understandings, prevention and treatment. Australia. Australian Veterinary Association., 2007
  19. MURATA, C.A; ORTOLANI, E.R. Susceptibilidade de bovinos das raças jersey e gir à acidose láctica ruminal: I – variáveis ruminais e fecais. Ciência Rural, Santa Maria, v.32, n.1, p.55-59, 2002.
  20. MURATA, C.A; ORTOLANI, E.R. Susceptibilidade de bovinos das raças jersey e gir à acidose Láctica ruminal: II – acidose metabólica e metabolização do lactato-l. Ciência Rural, Santa Maria, v.32, n.1, p. 61-65, 2002
  21. MUTSVANGWA. T. Sub-Acute Ruminal Acidosis (SARA) in Dairy Cows. Factsheed. Ontario, Ministri of Agriculture, Food and Rural Affairs. Disponívelem:http://www.omafra.gov.on.ca/english/livestock/dairy/facts/03-031.htm
  22. NAGARAJA, T. G.; LECHTENBERG, K.F. Acidosis in Feedlot Catthe. Veterinary clinics food animal practice, n.23, v.2, p.333-335, 2007 National Research Council. Nutrient Requeriments of Dairy Cattle.Washington, D.C. National Academy of Sciences, 7 ed., 2001.
  23. NUMMER, I. F. Silagem de grão úmido de milho. In 9 Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura — Gramado, RS 2001. disponível em : http://www.cnpsa.embrapa.br/sgc/sgc_publicacoes/anais0104_nummer.pdf
  24. ORTOLANI, E.L. Enfermidades do Período de Transição. In: VIII Congresso Brasileiro de Buiatria Anais do VIII Congresso Brasileiro de Buiatria, 2009.
  25. ORTOLANI, E. L. Diagnóstico de doenças nutricionais e metabólicas por meio de exame de urina em ruminantes. IN: GONZÁLEZ, F. H. D; DÜRR, J. W; FONTANELI, R.S. Uso do leite para monitorar a nutrição e o metabolismo de vacas leiteiras. Porto Alegre, 2001
  26. ORTOLANI, E. L.; MARUTA, C. A.; MINERVINO, A. H. H. Influência da raça sobre volemia e função renal de bovinos com acidose láctica ruminal aguda, induzida experimentalmente. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, São Paulo, v. 45, n. 6, p. 451-457, 2008.
  27. OWENS, F; BASALAN, M. Limits to ruminal and postruminal starch digestion and energetic efficiency. DuPont Pioneer, 2012.
  28. PLAIZIER, J. C. et al. Subacute ruminal acidosis in dairy cows: The physiological causes, incidence and consequences. Science Direct, The Veterinary Journal, 2009
  29. SALMAN, A, K, D; PAZIANI, S, F; SOARES, P, G. Utilização de ionóforos para bovinos de corte. EMBRAPA. Rondônia, 2006.
  30. SCHILD, A. L. ACIDOSE. In. CORREA, R.F. et al. Doenças de Ruminantes e Equinos. v.2, p.335-338, Varella, SÃO PAULO, 2001.
  31. SERRÃO, A. A. P. S. IV Manual de patologia podal bovina. APCRF, 2007
  32. SMITH, B. P. Large animal internal medicine. ST. LOUIS MISSOURI, ELSEVIER HEALTH SCIENCES. 2015
  33. STONE, W.C. Nutritional approaches to minimize subacute Ruminal acidosis and laminitis in dairy cattle. American Dairy Science Association, 2004.
  34. TEIXEIRA, M.M et al. Avaliação da qualidade da mistura de ração em misturador horizontal considerando a homogeneidade dos ingredientes. Enciclopédia biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 2012
  35. VECHIATO, T.A.F. Estudo retrospectivo e prospectivo da presença de abcessos hepáticos em bovinos abatidos em um frigorífico paulista. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Clínica Médica. SÃO PAULO, 2009.
  36. VECHIATO, T. A. F.; ORTOLANI, E.L. Acidose Lática Ruminal Aguda em Bovinos Confinados: Como Prevenir. Revista V & Z em Minas, Belo Horizonte, v. 18, n. 97, p. 20-22, 2008.
  37. VIEIRA, J.M. A. Acidose Ruminal: Prevalência e principais causas em sistemas intensivos de engorda de bovinos. Dissertação de Mestrado Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Faculdade de Medicina Veterinária, Lisboa, 2017.