IMPRESSÃO 3D DE TECIDOS E ÓRGÃOS BIOCOMPATÍVEIS

Resumo

Introdução: O corpo humano sofre frequentemente lesões e danos, e a sua capacidade regenerativa é limitada. Os transplantes são utilizados para restaurar funções comprometidas, mas apresentam desafios como riscos de doação, escassez e rejeição de órgãos, além da ameaça de transmissão de doenças. Nesse sentido, a bioimpressão 3D revolucionou o campo da saúde, permitindo a criação de modelos mais próximos da fisiologia humana com resultados promissores. Objetivo: Revisar os estudos mais recentes que destacam essa inovação tecnológica, os materiais utilizados e sua aplicação prática, além das barreiras biológicas e éticas envolvidas no transplante de órgãos. Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica com utilização de bases de dados científicas como National Library of Medicine (PubMed), Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Brazilian Journal of Development (BJD) para identificar artigos relevantes. Usando como critérios de inclusão, artigos publicados entre 2020 e 2024, que abordem a impressão 3D de tecidos e órgãos biocompatíveis e avanços em materiais biocompatíveis. E de exclusão artigos não revisados e estudos que não abordem diretamente a bioimpressão de tecidos e órgãos.

Resultados e Discussão: A impressão 3D de tecidos e órgãos avançou consideravelmente, especialmente depois do surgimento de biotintas, que são essenciais para a criação de estruturas biológicas complexas. Elas são formadas por hidrogéis carregados de células, soluções de matriz extracelular descelularizada e suspensões de células. Para isso, usa-se tanto polímeros naturais como agarose, alginato, colágeno e ácido hialurônico, quanto sintéticos, como polietileno glicol e poloxâmeros. Essa combinação permite obter estruturas tridimensionais que simulam não apenas a composição, mas também as funções dos tecidos naturais. Além disso, bioimpressão 3D está sendo explorada para criar tecidos vascularizados essenciais à sobrevivência e funcionalidade dos tecidos impressos. Por exemplo, o uso de hidrogéis como metacrilato glicidato-ácido hialurônico e GelMA, combinados com células C3H/10T1/2 e células endoteliais de veias umbilicais humanas, têm mostrado sucesso na formação de redes vasculares que se integram à circulação. Os avanços em modelos de órgãos impressos, como fígados e corações, também demonstraram grande potencial, particularmente como ferramentas para testes de segurança e toxicidade de medicamentos. Esses modelos fornecem uma alternativa mais ética e eficaz aos testes em animais em experimentos, marcando assim um grande avanço para a medicina regenerativa e a pesquisa farmacêutica.

Conclusão: A bioimpressão, como técnica aplicada à medicina, possibilita a criação de tecidos e órgãos, servindo como um recurso valioso em várias áreas médicas, como cirurgia plástica reconstrutiva, cirurgia maxilofacial, ortopedia, cirurgia da coluna, artroscopia e transplantes. Dada a sua relevância, é crucial que o Brasil promova mais apoio às pesquisas e investigações nessa área.

Palavras-chave: Bioimpressão; Biocompatibilidade; Tecidos; Órgãos; Inovação.