Recobrimento radicular com retalho reposicionado coronalmente associado ao enxerto de tecido conjuntivo ou ao enxerto gengival livre

Autores

  • Rian Pellegrini Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/ Itapiranga, SC, Brasil.
  • Heloisa Crestani Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/ Itapiranga, SC, Brasil.
  • Isabel Crestani Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/ Itapiranga, SC, Brasil.
  • Gabriela Siebert Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/ Itapiranga, SC, Brasil.
  • Orlando Luiz do Amaral Júnior Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/ Itapiranga, SC, Brasil.
  • Paola de Cassia Spessato Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/ Itapiranga, SC, Brasil.

Palavras-chave:

Retração gengival; Transplante; Periodontia; Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos.

Resumo

Introdução: A recessão gengival ou recessão de tecido marginal é caracterizada pelo deslocamento do tecido gengival no sentido apical.1 Estima-se que mais de 60% da população mundial possua esta condição bucal, a qual pode se apresentar de forma generalizada ou localizada.2 Sendo assim, os principais objetivos da cirurgia de recobrimento radicular são recuperar a estética, principalmente nos casos de dentes anteriores; prevenir o desenvolvimento de lesões cariosas e não cariosas na porção radicular; reduzir a hipersensibilidade dentinária; diminuir a perda de inserção; melhorar a higiene e diminuir a abrasão, melhorando a qualidade de vida do paciente.2,3 Dessa forma, existem diversas técnicas cirúrgicas para correção desse defeito. A literatura prévia sugere que a técnica do Retalho Reposicionado Coronalmente (CAF) associada a enxertos pode contribuir para possível correção da recessão gengival.3,4 Estudos anteriores relatam que para a sua realização devem ser realizadas duas incisões horizontais na região da junção amelocementária e duas incisões relaxantes.1 Posteriormente realiza-se o descolamento e a desepitelização das papilas a fim de preparar o sítio para receber o enxerto.1 Com relação as técnicas de enxertia, sugere-se a possibilidade da utilização de enxertos, como por exemplo o enxerto de tecido conjuntivo subepitelial ou o enxerto gengival livre.4,5 Entretanto a literatura é escassa ao relatar possíveis diferenças nos resultados clínicos sobre a utilização de enxerto gengival livre e enxerto de tecido conjuntivo subepitelial. Objetivo: Revisar a literatura quanto a diferença nos resultados clínicos apresentados pós utilização das técnicas de enxertos de tecido conjuntivo subepitelial autógeno e enxerto gengival livre autógeno para o auxílio de recobrimentos radiculares em pacientes com recessão gengival unitárias ou múltiplas. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura realizada nas bases PubMed e SciELO. Utilizou-se como estratégia de busca artigos em português e inglês, considerando as seguintes palavras chaves: retração gengival, transplante, periodontia, procedimentos cirúrgicos reconstrutivos, gingival recession, transplantation, periodontics, reconstructive surgical procedures. Após análise dos trabalhos encontrados, foram selecionados cinco estudos que corroboraram com o objetivo desta revisão de literatura. Resultados: Os resultados encontrados associando a técnica de retalho reposicionado coronalmente ao enxerto gengival livre se mostraram favoráveis, diminuindo a hipersensibilidade dentinária e a profundidade de sondagem, melhorando as condições de higiene e diminuindo o sangramento, além de apresentar grande formação de tecido queratinizado. Porém, esta técnica apresentou algumas limitações, como alterações estéticas, em função da diferença de cor devido a maior presença de queratina, além de não possuir tanta estabilidade, apresentando maior tendência a  retração. Outra desvantagem diz respeito ao desconforto pós-operatório que ocorre no sítio doador. Em contrapartida, a técnica do retalho reposicionado coronalmente associada  ao enxerto de tecido conjuntivo subepitelial apresentou alto índice de sucesso no recobrimento total, boa estabilidade, baixo índice de necrose do enxerto, maior estética e suficiente formação de queratina, mesmo que em menor quantidade quando comparada a outra técnica. Conclusão: Pode-se concluir através dessa revisão de literatura, que ambas as técnicas de enxertia pesquisadas, apresentam resultados clínicos semelhantes, com altas taxas de sucesso, culminando para diminuição dos sinais e sintomas das recessões gengivais e apresentando indicadores relevantes na reconstituição do tecido marginal. Apresentam também, resultados favoráveis quanto a satisfação dos pacientes, quando aplicadas seguindo as corretas indicações clínicas. Contudo, devido a algumas limitações do enxerto gengival livre, sugere-se a utilização do retalho  reposicionado coronalmente (CAF) associado ao enxerto de tecido conjuntivo subepitelial para o recobrimento radicular de recessões unitárias ou múltiplas.

Referências Bibliográficas:

  1. Zucchelli G, Tavelli L, McGuire MK, et al. Autogenous soft tissue grafting for periodontal and peri‐implant plastic surgical reconstruction. J Periodontol. 2020;91(1):9-16. doi:10.1002/JPER.19-0350
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  3. Maluta R, Monteiro MF, Peruzzo DC, Joly JC. Root coverage of multiple gingival recessions treated with coronally advanced flap associated with xenogeneic acellular dermal matrix or connective tissue graft: a 6-month split-mouth controlled and randomized clinical trial. Clin Oral Invest. 2021;25(10):5765-5773. doi:10.1007/s00784-021-03879-8
  1. Santiago de Lima VH, Coelho de Sousa MJ, Braz Monteiro LK, et al. Enxerto subepitelial de tecido conjuntivo e enxerto gengival livre para recobrimento radicular – relato de dois casos clínicos. Acervo Saúde. 2020;12(4):e2791. doi:10.25248/reas.e2791.2020
  2. Imber JC, Kasaj A. Treatment of Gingival Recession: When and How? International Dental Journal. 2021;71(3):178-187. doi:10.1111/idj.12617

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Publicado

2022-12-01

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