Utilização de hidróxido de cálcio e agregado de trióxido mineral (mta) em capeamento pulpar direto: uma revisão de literatura

Hidróxido de cálcio e MTA em capeamento pulpar direto

Autores

  • Suélen Aparecida Sauer Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/ Itapiranga, SC, Brasil.
  • Pâmela Taciane Canepplle Richter Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/ Itapiranga, SC, Brasil.
  • Polyana Bariviera Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/ Itapiranga, SC, Brasil.
  • Orlando Luiz do Amaral Júnior Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/ Itapiranga, SC, Brasil.

Palavras-chave:

Palavras-chaves: capeamento pulpar, hidróxido de cálcio, endodontia.

Resumo

Introdução: Os princípios da odontologia minimamente invasiva causaram uma mudança no tratamento de cáries profundas e terapias pulpares vitais.1 Desta forma, as técnicas de remoção de cárie total foram passadas para a remoção de cárie parcial, evitando consequentemente exposições pulpares.2,3 Os agentes capeadores dentais são definidos como materiais usados ​​como uma camada protetora à polpa do dente exposta para permitir que o tecido se recupere e mantenha sua função e vitalidade normais.4 Esses materiais devem ter a capacidade de estimular a migração, proliferação e diferenciação das células expostas. Desde a introdução do primeiro cimento hidráulico de silicato de cálcio desenvolvido, Pro-Root MTA (MTA; Dentsply-Sirona, Konstanz, Alemanha), muitos outros materiais com composições semelhantes foram introduzidos no mercada5 As principais razões para o aumento de materiais comercializados são os bons resultados obtidos com o MTA em termos de biocompatibilidade e sobrevivência a longo prazo,5,6 e a necessidade de materiais com melhores propriedades de manuseio, menores riscos de descoloração, melhor capacidade de vedação e redução de preços.6 Os últimos estudos nesta busca por agentes de capeamento pulpar melhorados são os cimentos de silicato de cálcio à base de resina. No entanto, a principal desvantagem desse tipo de cimento é a falta de biocompatibilidade dos monômeros em contato com o tecido pulpar vital, o que pode dificultar a formação de uma barreira completa de tecido duro na área exposta.3 Objetivo: Revisar a literatura a respeito das técnicas de capeamento pulpar direto, avaliando a biocompatibilidade de materiais capeadores dentais para a terapia de polpa vital quando expostos, e sua reação inflamatória com a presença de formação de dentina reparadora após exposição direta. Métodos: Através de uma pesquisa de artigos disponíveis nas bases científicas PubMed e Scielo. Utilizou-se como estratégia de busca artigos somente artigos em inglês, considerando as seguintes palavras-chave: pulp capping, calcium hydroxide, endodontics. Foram selecionados ao todo, 16 estudos referentes aos últimos 10 anos. Após a leitura crítica dos trabalhos e considerando os critérios de inclusão: hidróxido de cálcio, capeamento pulpar direto, exposição pulpar, 10 estudos fizeram parte desta revisão. Resultados: O capeamento pulpar direto é uma opção de terapia conservadora que, pela introdução de um material biocompatível sobre a polpa, busca agir uma barreira física permitindo a reparação da dentina e mantendo assim, a vitalidade do tecido dental. Ambos materiais possuem qualidades em comum como biocompatibilidade, alto pH e ação antimicrobiana. Uma revisão sistemática com meta-análise de estudos in vivo sugeriu que o pó de hidróxido de cálcio promove a formação de ponte reparadora melhor do que o popular cimento de silicato de cálcio livre de resina comercial Pro-Root MTA (Dentsply-Sirona). Além disso, os agentes de capeamento pulpar isentos de resina, promoveram a formação de uma ponte reparadora completa melhor do que os materiais à base de resina. Por outro lado, não foram encontradas diferenças entre os materiais testados quanto ao efeito inflamatório provocado no tecido pulpar humano. Conclusão: O pó de hidróxido de cálcio (CH) e o Pro-Root MTA (Dentsply-Sirona) mostraram excelente biocompatibilidade in vitro e in vivo quando testados em células e dentes humanos. A literatura prévia sugere que o uso desses materiais é seguro e comprovado para terapia pulpar vital em indivíduos saudáveis, uma vez que um ambiente asséptico (isolamento em dique de borracha) é fornecido. A longo prazo, outros fatores como o estado de saúde do paciente ou a qualidade da restauração também desempenham papéis importantes na vitalidade pulpar.

Referências:

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  3. Pedano MS, Li X, Yoshihara K, Landuyt KV, Van Meerbeek B. Cytotoxicity and Bioactivity of Dental Pulp-Capping Agents towards Human Tooth-Pulp Cells: A Systematic Review of In-Vitro Studies and Meta-Analysis of Randomized and Controlled Clinical Trials. Materials. 2020;13(12):2670. doi:10.3390/ma13122670
  4. Bjørndal L, Fransson H, Bruun G, et al. Randomized Clinical Trials on Deep Carious Lesions: 5-Year Follow-up. J Dent Res. 2017;96(7):747-753. doi:10.1177/0022034517702620
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  2. Yoshihara K, Nagaoka N, Okihara T, et al. Development of self-adhesive pulp-capping agents containing a novel hydrophilic and highly polymerizable acrylamide monomer. J Mater Chem B. 2020;8(24):5320-5329. doi:10.1039/D0TB00079E

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Publicado

2022-12-01

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Seção

Eventos