RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA PELO USO INDISCRIMINADO DE ANTIBIÓTICOS

Autores

  • Raylaine Farias Bertuol Unidade Central de Educação FAI Faculdades
  • Roberta Filipini Rampelotto Uceff

Palavras-chave:

Resistência bacteriana, antibióticos, uso indiscriminado de fármacos.

Resumo

INTRODUÇÃO: A resistência frente aos antimicrobianos vem aumentando progressivamente e constitui uma preocupação crescente para a saúde pública.1 O fenômeno da resistência bacteriana caracteriza-se pela capacidade dos microrganismos resistirem à ação inibitória ou bactericida de uma ou mais classes de agentes antimicrobianos. Vários são os fatores que contribuem para esta resistência, entre eles o uso indiscriminado de antibióticos, e como consequência, ocorre uma redução significativa do arsenal terapêutico disponível para o tratamento.2,3 OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi avaliar o uso indiscriminado de antibióticos como importante fator de desenvolvimento de resistência aos mesmos. MÉTODOS: Realizou-se uma revisão bibliográfica conduzida por meio de busca nas bases de dados do Brasil United States National Library of Medicine (PubMed), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS) e Centro Latino-americano de Informação em Ciências da Saúde (BIREME) envolvendo os termos: "resistência bacteriana", "antimicrobianos" e “uso indiscriminado”, e seus respectivos descritores em inglês. Como critérios de inclusão foram considerados os estudos que contemplassem o tema proposto, entre 2016 e 2022. A escolha dos artigos se deu através da leitura do título e do resumo. RESULTADOS: A resistência bacteriana constitui um sério problema de saúde pública.1 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os antimicrobianos estão entre os medicamentos mais prescritos, sendo que nem sempre a sua indicação é necessária.4 A utilização irregular destes fármacos decorrentes da automedicação, bem como a interrupção do tratamento antes do tempo estipulado, uso diferente do descrito na prescrição ou a utilização de álcool causam a aceleração do processo natural de resistência, que ocorre pois, no ambiente natural, os microrganismos utilizam os antibióticos para obtenção de recursos nutricionais de forma competitiva.5 O ideal seria que, o prescritor ao identificar que o paciente necessita da utilização de um antimicrobiano, encaminhasse o mesmo ao laboratório para realizar a coleta, isolamento e perfil de sensibilidade do microrganismo, buscando a terapia empírica.6 Apesar de existir a RDC nº 20, de 5 de maio de 20117 que dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, limitando o uso destes fármacos apenas com apresentação da receita médica, grande parte da população ainda consegue comprar o medicamento, facilitando a resistência.8,9 No entanto, desde 2018 a OMS, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) estabeleceram um plano de ação realizado através de palestras e capacitações que busca reforçar o monitoramento e o controle de vendas dos antimicrobianos na saúde pública, bem como a conscientização da população e dos profissionais da área da saúde sobre os riscos da resistência antimicrobiana.10 CONCLUSÃO: As informações obtidas reforçam a necessidade de medidas de prevenção contra a resistência bacteriana, que incluem a conduta consciente do clínico ou prescritor, a qual deve basear-se em exames microbiológicos adequados, bem como a conscientização do próprio paciente acerca dos riscos da automedicação e da importância da adesão à terapia antimicrobiana adequada.

Biografia do Autor

Raylaine Farias Bertuol, Unidade Central de Educação FAI Faculdades

Estudante, acadêmica do curso de biomedicina da Unidade Central de Educação FAI Faculdades – UCEFF/Itapiranga, SC, Brasil

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Publicado

2023-06-21

Edição

Seção

Resumo Expandido