Resumo
Introdução
A ruptura de ligamento cruzado cranial (RLCCr) é uma ocorrência comum na clínica cirúrgica de pequenos animais, sendo uma das principais causas de claudicação em cães, pois o ligamento cruzado cranial, juntamente com o ligamento cruzado caudal são o estabilizador primário da articulação do joelho, limitando o movimento de deslocamento tibial cranial, a rotação interna da tíbia e a hiperextensão da articulação (FUGITA et al., 2006; KIM et al 2008).
O LCCr é composto por duas bandas, a crâniomedial, que se mantem tensa durante extensão e flexão, e a banda caudolateral, que tem sua tensão aumentada durante a flexão do joelho, desta forma limitam a hiperextensão, a rotação interna e o deslocamento cranial da tíbia (JOHNSON;DUNNING, 2005), de acordo com Fossum
(2021), podemos classificar as lesões de ligamento como aguda, crônica e ruptura parcial, sendo que uma insuficiência desse ligamento irá causar instabilidade, impactando negativamente o paciente, pois contribuiu para o surgimento e progressão de alterações degenerativas severas (HEIDORN, 2018).
Atualmente existem inúmeras técnicas de osteotomias, sendo que a osteotomia de nivelamento de platô tibial (TPLO) é considerada como padrão ouro no tratamento de RLCCr, ela consiste em alterar a mecânica do joelho para alcançar a estabilização pela restrição ativa da articulação, com o objetivo de obter uma inclinação do platô tibial de aproximadamente 3 a 7 graus apresentando uma menor taxa de complicações e menor progressão da osteoartrite, possibilitando o retorno a função normal do membro em um período de tempo menor comparado a outras técnicas (PIERMATTEI; FLO; DECAMP., 2009; ALMEIDA, 2016; BEER, 2018; FOSSUM 2021).
Levando em consideração a casuística de RLCCr e a necessidade de intervenções ortopédicas para proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente, esse trabalho tem como objetivo relatar um caso de osteotomia para nivelamento de platô tibial (TPLO) em um canino.
Referências
- ALMEIDA, G. J; OLIVEIRA, J. F; DIAS, B. P. S; SOUSA, V. O. Osteotomia de Nivelamento do Platô Tibial (“TPLO”) em Cão: relato de caso. Saber Digital, v. 9, n. 2, p. 72-80. 2016.
- BEER P, BOCKSTAHLER B, SCHNABL-FEICHTER E: Tibial plateau leveling osteotomy and tibial tuberosity advancement – a systematic review. Tierarztl Prax Ausg K 2018.
- FUGITA, Y. et al. The possible role of the tibial plateau angle for the severity of osteoarthrtis in dog with cranial cruciate ligament rupture. Journal Veterinary Medicine Science, v. 68, n. 7, p. 675-679, 2006.
- GUTHIERIE, J. W.; KEELEV, B. J.; MADDOCK, E.; BRIGHT, S.R.; MAY, C. Effect of signalment on the presentation of canine patients suffering from cranial cruciate ligament disease. J Small Anim Pract. 2012.
- HEIDORN, S.N.; Canapp, S.O.; Zink, C.; Leasure, C.S.; Jean Carr, B. Rate of return to agility competition for dogs with cranial cruciate ligament tears treated with tibial plateau leveling osteotomy. J. Am. Vet. Med. Assoc. 2018.
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- KIM, S. E. et al. Tibial Osteotomies for Cranial Cruciate Ligament Insufficiency in Dogs. Veterinary Surgery, v. 37, n. 2, p. 111-125, 2008.
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- PIERMATTEI, D. L; FLO, G.L; DECAMP, C.H. Ortopedia e Tratamento de Fraturas de Pequenos Animais. São Paulo: Manoele Ltda 2009.
- SLOCUM B, Devine T. Cranial tibial wedge osteotomy: a technique for eliminating cranial tibial thrust in cranial cruciate ligament repair. J Am Vet Med Assoc 1984.