SARNA SARCÓPTICA EM CÃO: RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO: A sarna sarcóptica é uma infecção parasitária considerada uma zoonose altamente contagiosa, transmitida por contato direto e ocasionada pela multiplicação de ácaros na epiderme de animais e humanos. O agente causal é o ácaro Sarcoptes scabiei, pertencente à família Sarcoptidae, que se aloja na epiderme, onde permanece em constante movimentação, escavando túneis e se alimentando dela. OBJETIVO: Relatar um caso de sarna sarcóptica apresentando a conduta de diagnóstico e tratamento do cão acometido. MÉTODOS: Foi atendido em uma clínica veterinária em Pinhalzinho/SC uma cadela de rua, não castrada, sem raça definida, com 6 anos de idade, pesando 5,300kg e sem histórico de vacinação e vermifugação. No exame físico geral e anamnese, observou-se secreção vaginal, secreção otológica, luxação de patela, crostas na pele, alopecia, queda de pelos, escoriações e prurido acentuado. No exame clínico constatou-se sopro cardíaco, não se constatou nenhuma alteração na ausculta pulmonar, normorexia, normodipsia, normúria, normoquesia. Após o exame clínico, realizou-se coleta de sangue para hemograma, bioquímico, e raspado de pele para exame direto de ectoparasita, a seguir o paciente foi encaminhado para banho terapêutico. RESULTADOS: Associando os sinais clínicos e a confirmação da observação da forma adulta do ácaro no exame direto de ectoparasita, obteve-se o diagnóstico de sarna sarcóptica. Observou-se leucocitose, monocitose, neutrofilia, eosinofilia, basofilia e anemia no hemograma, já no bioquímico, a globulina e ureia estavam aumentados. O tratamento instituído consistiu na prescrição de endectoparasiticida Sarolaner (Simparic®), (10 mg\kg, VO, uma vez por mês, três meses consecutivos). Em virtudes dos sinais clínicos, administrou-se, também, tiamina, pantotenato de cálcio, cistina e extrato de leveduras (Queranon®) (1 comprimido, VO, SID, durante 17 dias), cefovecina sódica (Convenia®) (8 mg\kg, SC a cada 14 dias), prednisolona (Prediderm®) (1mg\kg VO, TID, durante 8 dias), e, prescreveu como terapia adjuvante, banhos com xampu a base de peróxido de benzoíla, para remoção das crostas e hidratação com Hidrapet. Para prevenção evita-se o contato com cães infectados e seus ambientes. É de grande importância a limpeza e aplicação de acaricidas para a desinfecção do ambiente a fim de evitar infecções recorrentes. Por se tratar de uma zoonose, deve-se utilizar luvas para manusear os animais e os mesmos permanecerem isolados dos demais. Após 7 dias de internamento e tratamento, a paciente foi submetida a Ovariosalpingohisterectomia terapêutica. A paciente permaneceu na clínica por 25 dias, até adoção. CONCLUSÃO: O histórico e achados do exame físico, aliados ao raspado de pele, foram importantes para o diagnóstico definitivo de sarna sarcóptica no caso descrito. O tratamento estabelecido, associando a aplicação de ectoparasiticidas aos banhos terapêuticos, foi efetivo e contribuiu para uma evolução satisfatória do quadro clínico do paciente.