ISOLAMENTO E TESTE DE SENSIBILIDADE A ANTIMICROBIANO DE CATARRO GENITAL COLETADO DE VACAS COM INFECÇÕES UTERINAS
Resumo
INTRODUÇÃO: No pós-parto, o canal do parto encontra-se aberto, facilitando a entrada de patógenos da região perianal, vulva e vagina para o interior da cérvix e útero nessa fase o útero possui sangue e outros líquidos no seu interior, proporcionando um excelente meio de cultura para microrganismos patogênicos. Entre os principais fatores que levam ao surgimento das metrites, endometrites clínicas e subclínicas são, retenção de placenta, partos gemelares, hipocalcemia, partos distócicos, cesariana e abortamento. A identificação precoce e correta dos microrganismos patogênicos envolvidos, assim como, o teste de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA) é importante para proporcionarmos um tratamento adequado e evitar a resistência. OBJETIVO: Avaliar os agentes causais de metrites e endometrites em vacas e determinar o antibiótico sensível. MÉTODOS: Para a identificação do agente causal coletou-se catarro genital (CG) de 29 vacas entre 6-37 dias pós-parto (dpp), diagnosticadas com metrite puerperal, metrite clínica e endometrite clínica. Para a coleta realizou-se a higienização à seco da região perineal e vulva, com papel toalha descartável, abertura dos lábios vulvares e introdução do Metricheck®, desinfetado com solução de 0,033% de CB-30 TA® até a cérvix e tracionando de volta, num ângulo de 45 graus para coleta do CG. As amostras foram acondicionadas em tubos de centrifugação 50ml estéril, identificados com o brinco do animal, refrigeradas e encaminhadas para o Laboratório de Microbiologia da UCEFF-Itapiranga/SC, para identificação do agente causal e TSA. RESULTADOS: Das 29 amostras submetidas a análises: 27,58% foram negativas, 3,45% obtiveram presença de leveduras e 68,97% presença de bactérias. Observou-se que Escherichia coli (47,38%) foi o principal patógeno isolado em metrites puerperais, metrites clínicas e endometrites clínicas. Enterobacter spp. (13,79%) ocasionou metrites puerperais e metrites clínicas, enquanto Enterococcus faecalis (3,45%) e Citrobacter spp. (3,45%) somente ocasionou metrites puerperais. Em contrapartida, Staphylococcus aureus (3,45%) e Staphylococcus spp. (3,45%) foram identificados em vacas com metrites clínicas da mesma forma que a levedura Candida spp. (3,35%). Das amostras que não houve crescimento, eram principalmente de vacas com metrite puerperal, dentre as possíveis causas a omissão do proprietário ao tratamento, quantidade insuficiente de agentes patogênicos na amostra e sistema imune. No TSA, apresentou resistência para E. coli aos seguintes princípios ativos, cefalexina, cefapirina e tetraciclina. Não houve resistência para S. aureus. Porém, no Staphylococcus spp. foi encontrado resistência à cefapirina e ao ceftiofur. Enquanto Enterobacter spp. e o Citrobacter spp. foram resistentes à cefalexina e à cefapirina. Sendo o Enterococcus faecalis resistente ao ceftiofur e ao sulfazotrim. CONCLUSÃO: Concluímos que Escherichia coli foi o principal agente causadores das metrites e endometrites, sendo isolado, também uma levedura. Entre os demais agentes isolados as enterobactérias que habitam normalmente a região vulvar, perianal e trato gastrointestinal dos bovinos foram as principais. No TSA, detectamos que a cefapirina e a cefalexina foram os antibióticos que mais apresentaram resistência, e por outro lado, o ceftiofur foi o antibiótico mais sensível em 90% dos casos.