Resumo
INTRODUÇÃO: A realização do teste de compatibilidade é fundamental para evitar transfusões incompatíveis, através da presença ou ausência de anticorpos naturais (aloanticorpos) do animal receptor ou doador, possibilitando ou não a realização do procedimento. Este conceito tem ganhado um grande espaço na Medicina Veterinária, principalmente na rotina clínica de pequenos animais, vista como uma boa opção terapêutica para estabilização e recuperação do paciente. OBJETIVO: Descrever a importância da realização de teste de compatibilidade antes da realização da transfusão sanguínea na Medicina Veterinária, visando difundir o conhecimento, garantindo assim um melhor tratamento e melhor qualidade de vida aos animais. MATERIAL E MÉTODOS: Através de estudos realizados no mês de novembro de 2022, com base em testes elaborados no Laboratório de Análises Clínicas Veterinárias da UCEFF de Itapiranga/SC, provenientes do atendimento no Núcleo de Praticas Veterinária (NUPVET) da instituição, além de artigos científicos, teses e dissertações disponíveis em base de dados on-line. RESULTADOS: Após a coleta de sangue em tubos com anticoagulante EDTA, seguida da sua centrifugação e subsequente separação do plasma e confecção de uma suspenção de hemácias com solução salina, a realização do teste ocorre por meio da técnica rápida em lâmina de microscopia ou em tubos de ensaio, sendo esta mais extensa. Em ambas as técnicas devem ser realizadas contraprovas de controle afim de evitar resultados falso-positivos. A prova cruzada é realizada em quatro etapas: Prova maior (plasma do receptor + hemácias do doador); Prova menor (plasma do doador + hemácias do receptor); Controle do Receptor (plasma do receptor + hemácias do receptor) e Controle do Doador (plasma do doador + plasma do doador). Na análise dos resultados encontra-se a presença de aglutinação e/ou hemólise em caso de resultado positivo, alterações não observadas no resultado negativo (diferenciadas apenas na microscopia). CONCLUSÃO: A ausência de grumos em todas as etapas da prova cruzada indica que a transfusão pode ser realizada, minimizando riscos de reações transfusionais. O baixo custo e a facilidade de execução do teste são vantagens que possibilitam a sua grande rotina em laboratórios. Porém, deve-se atentar as desvantagens da interferência de variantes, tais como hemólise por doença hemolítica e autoaglutinação das hemácias (do receptor). Por fim torna-se imprescindível a realização do teste de compatibilidade em animais que serão submetidos à transfusão sanguínea, sejam estes receptores ou doadores, a fim de se evitar uma reação adversa ou até mesmo o óbito do paciente.