Resumo
INTRODUÇÃO: O trigo é o cereal mais cultivado do mundo e é considerado um alimento básico universal e dentre as doenças mais severas para esta cultura o grupo de fungos da ferrugem é o que causa perdas mais graves. No Brasil começou-se a observar uma maior ocorrência nos últimos anos, da doença ferrugem linear causada pelo fungo Puccinia striiformis f. sp. tritici. A doença é chamada assim devido a listras de cor amarela nas linhas entre as nervuras das folhas, formadas pelas pústulas. Possui um histórico de danos econômicos graves em praticamente todas as regiões produtoras de trigo no mundo, tornando preocupante a sua ocorrência no Brasil e a carência de estudo local sobre a mesma. OBJETIVOS: Entender a epidemiologia do fungo, além da sintomatologia e formas de controle. MÉTODOS: O estudo foi baseado em estudo bibliográfico sobre o tema em questão. RESULTADOS: Atualmente, dentre as ferrugens do trigo, a ferrugem linear é a que possui o maior potencial de dano podendo alcançar perdas de produtividade superiores a 60%. O ciclo completo do fungo se compreende em fase sexual e assexual, sendo que a fase assexual ocorre no hospedeiro primário (Trigo, triticale e cevada) e na fase sexual ocorre através dos teliósporos (estruturas de sobrevivência) em hospedeiros alternativos, dos quais não possuem ocorrência no Brasil. É um fungo biotrófico obrigatório que depende de um hospedeiro vivo para seu desenvolvimento e reprodução. Os primeiros sintomas podem aparecer de 15 a 20 dias após a infecção. A infecção é caracterizada por massas pulverulentas (pústulas) de esporos amarelo-alaranjados que se distribuem ao longo e no sentido das nervuras, formando listras na superfície das folhas. As pústulas têm margem de característica serrilhada e podem ocorrer em ambos os lados das folhas, nos colmos e espigas. As pústulas podem cobrir grandes áreas das folhas afetadas em plantas jovens e em plantas mais velhas. As condições ambientais predisponentes são temperaturas entre 0°C e 23°C, sendo 11°C o ideal, associadas a água livre na superfície foliar por, pelo menos, 3 horas. O período noturno é o mais crítico, pois geralmente associa baixas temperaturas e formação de orvalho, ideal para a germinação dos esporos. Acredita-se que o desenvolvimento de novas raças mais adaptadas a temperaturas elevadas pode estar relacionada a ocorrência atual do fungo. Com uma capacidade de propagação simples, os esporos espalham-se através do vento. Como medida de controle temos preferencialmente o uso de cultivares resistentes, a eliminação dos hospedeiros, o uso de controle químico com fungicidas é necessário quando são utilizadas cultivares suscetíveis, e quando a resistência genética das cultivares comerciais é superada por raças virulentas do patógeno. No momento no Brasil não se possui produtos registrados para a doença. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Devido ao potencial de dano econômico da doença, e a importância da cultura para a cadeia produtiva agrícola, associado ao clima favorável à sua ocorrência nas principais regiões produtoras, ressalta-se a importância no conhecimento e estudo da doença, buscando maneiras de controle eficientes e economicamente viáveis para serem utilizadas pelos nossos produtores rurais.