Efeito alelopático de extrato de capim-amargoso sobre a germinação e crescimento radicular de alface
Resumo
O capim amargoso (Digitaria insularis) é uma planta invasora perene com alta capacidade reprodutiva, dificultando seu controle após o estabelecimento por rizomas. A alface (Lactuca sativa L.), por sua vez, é amplamente usada como bioindicadora em estudos ecotoxicológicos, sendo sensível a substâncias alelopáticas — compostos liberados por plantas que afetam o crescimento de outras espécies. Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes concentrações de extrato aquoso de capim amargoso na germinação de sementes de alface. O experimento foi conduzido em laboratório, na UFFS campus Chapecó, com extrato obtido da parte aérea do capim amargoso, preparado e diluído nas concentrações de 2,5%, 5,0%, 7,5% e 10%, além de um controle com água destilada. As sementes foram submetidas aos tratamentos e mantidas em câmara de germinação a 25 °C, avaliando-se a germinação e o comprimento das raízes aos três e sete dias após a semeadura. Os resultados indicaram que a concentração de 7,5% apresentou maior efeito alelopático negativo sobre a germinação inicial. Aos sete dias, não houve diferença significativa entre os tratamentos, mas o comprimento das raízes foi afetado. Conclui-se que o extrato de capim amargoso pode interferir negativamente na germinação de sementes de alface, contudo, pode estimular o crescimento de raízes, dependendo da concentração utilizada.