v. 2 (2023)
Relatos de Pesquisa

USO DA CRIOTERAPIA PARA TRATAMENTO DE CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS EM FELINO: RELATO DE CASO

Sergio Henrique Mioso Cunha
UCEFF-FAI

Publicado 05/30/2023

Resumo

O carcinoma de células escamosas (CCE) é a neoplasia maligna de células epiteliais originando do epitélio escamoso estratificado que mais acomete gatos, tendo em vista que pode se apresentar em felinos de todas as idades, alguns estudos apontam que acomete principalmente gatos com idade média de 11 anos, mas já houve relatos de felinos de 3 meses com CCE. Isso indica que a doença está mais ligada com a exposição solar diária  do que com a idade em si, também, levando em consideração que os felinos de pelagem branca ou que possuem áreas despigmentadas ou com pouca pelagem no local, como os pavilhões auriculares, pálpebras e plano nasal estão mais predispostos a desenvolver a doença, sendo assim, O CCE se torna uma doença importante em países de clima tropical como o Brasil, já que a exposição à radiação ultravioleta é o fator carcinogênico de predisposição para o seu desenvolvimento (Fernandes et al,. 2022; Corrêa et al., 2018).      

A principal queixa dos tutores que levam pacientes com CCE ao médico veterinário é presença de feridas avermelhadas, ulceradas com crostas que não cicatrizam sendo que podem estar presente por meses ou anos, a história clínica de casos de CCE associados à luz solar evidencia que estes sinais clínicos podem progredir vagarosamente ou crescer e diminuir por meses, ainda, o diagnóstico diferencial inclui: papiloma escamoso, melanma, mastocitoma, hemogioma ou hemagiossarcoma cutâneo, leishmaniose, dermatofitose, processos alérgicos, dentre outros  (ROSOLEM et al., 2012; CORRÊA et al., 2018; CHAVES et al 2019).

Dentre as opções de tratamento, a crioterapia também conhecida como criocirurgia, tem como objetivo a redução da inflamação através do congelamento e descongelamento tecidual, este  provoca a destruição dos tecidos (crionecrose) e é descrita como uma técnica segura e pouco cruenta, com raras ocorrências de infecções secundárias, sendo que a sua eficácia vai depender da quantidade e ciclos, velocidade, tempo, tipo celular acometido e temperatura (Costa et al., 2013).

Com base no que foi mencionado, o presente relato tem como objetivo descrever o caso de um felino acometido pelo CCE e apontar os aspectos gerais desta neoplasia enfatizando o tratamento com a crioterapia.

Referências

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