v. 1 n. 1 (2022)
Artigos

FATORES QUE ALTERAM A CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS E SUA RELAÇÃO COM BAIXA CASEÍNA

PDF
  • Sandra Hemsing,
  • Gustavo Fontoura da Rosa,
  • Delciani Terezinha Gebert,
  • Sérgio Henrique Mioso Cunha,
  • Cristiane Ferreira da Luz Brun,
  • Milena Tomasi Bassani
ISSN 2764-9199

Publicado 04/03/2023

Palavras-chave

  • qualidade; leite; proteína.

Resumo

A produção de leite envolve diversos desafios diários para se obter um produto lácteo de qualidade, principalmente manter o rebanho sadio e livre de infecções como a mastite. A ocorrência de mastites em um rebanho acarreta em alterações físico-químicas no leite, entre elas, a diminuição da síntese e quebra da caseína, proteína responsável por conferir estabilidade ao leite quando submetido ao calor. O presente trabalho teve o objetivo de inferir as causas da baixa caseína no leite e a sua relação com a alta da contagem de células somáticas (CCS) no leite cru refrigerado. Sendo identificado que propriedades que possuíam problemas com mastites recorrentes e/ou com baixa taxa de cura, ou ainda, mastites subclínicas não diagnosticadas levaram a diminuição dos teores de caseína, o tempo de refrigeração prolongado (48h) do leite e a alimentação de baixa qualidade também impactou negativamente nos níveis de caseína. É importante um bom acompanhamento técnico com histórico e avaliação detalhada do rebanho, além de um bom manejo nutricional para produzir um leite com qualidade e bons níveis de caseína.

PDF

Referências

  1. ARCURI, E. F. et al. Contagem, isolamento e caracterização de bactérias psicrotróficas contaminantes de leite cru refrigerado. Ciência Rural, v. 38, n. 8, p. 2250–2255, 2008.
  2. ARAÚJO, M. C. N. et al. O efeito da contagem de células somáticas na produção e constituintes do leite de vacas da raça holandês. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://cti.ufpel.edu.br/siepe/arquivos/2019/CA_03966.pdf>. Acesso em: 1 nov. 2022.
  3. BRASIL, R. B. et al. Estrutura e estabilidade das micelas de caseína do leite bovino. Ciência Animal, v. 25, n. 2, p. 71–80, 2015.
  4. CALLEFE, J. L. R.; LANGONI, H. Qualidade do leite: uma meta a ser atingida. Veterinária e Zootecnia, Botucatu, v. 22, n. 2, p. 151–162, 2015.
  5. CEDEÑO, C. B. et al. Importância da contagem de células somáticas na determinação da saúde do úbere e da qualidade do leite rinde. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, Curitiba, v. 5, n. 1, p.104-123. 2022.
  6. COSTA, H. N. et al. Estimativa das perdas de produção leiteira em vacas mestiças Holandês x Zebu com mastite subclínica baseada em duas metodologias de análise. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 69, n. 3, p. 579–586, jun. 2017.
  7. COLEHO, K. O. et al. Níveis de células somáticas sobre o perfil físico-químico do leite em pó integral. Ciência animal brasileira, Goiânia, v. 17, n. 4, p. 534-539, set. 2016.
  8. FONSECA, M. E. B. et al. Mastite bovina: Revisão. Pubvet, v. 15, n. 2, p. 1–18, fev. 2021.
  9. FRANÇA, M. M. et al. Mastitis causative agents and SCC relationship with milk yield and composition in dairy cows. Archivos de Zootecnia, v. 66, n. 253, p. 45–49, 15 jan. 2017.
  10. GONZÁLEZ, F. H. D. et al. Impacto da mastite sobre a qualidade do leite. In: simpósio nacional da vaca leiteira, ed. 6 Simpósio Nacional da Vaca Leiteira, p.10. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2019.
  11. HARMON, R. J. Physiology of Mastitis and Factors Affecting Somatic Cell Counts. Journal of Dairy Science, v. 77, n. 7, p. 2103–2112, jul. 1994.
  12. KESTER, H. J.; SORTER, D. E.; HOGAN, J. S. Activity and milk compositional changes following experimentally induced Streptococcus uberis bovine mastitis. Journal of Dairy Science, v. 98, n. 2, p. 999–1004, fev. 2015.
  13. LOPES, H. A. et al. Influência da CCS e condutividade elétrica na composição do leite de vacas zebuínas em torneio leiteiro. Zootecnia Brasil, 2018.
  14. MACHADO, S. G.; BAZZOLLI, D. M. S.; VANETTI, M. C. D. Development of a PCR method for detecting proteolytic psychrotrophic bacteria in raw milk. International Dairy Journal, v. 29, n. 1, p. 8–14, mar. 2013.
  15. MARÉCHAL, C. L. et al. Mastitis impact on technological properties of milk and quality of milk products—a review. Dairy Sci. & Technol, p. 247–282, mar. 2011.
  16. MARTINS, M. L. et al. Detection of the apr gene in proteolytic psychrotrophic bacteria isolated from refrigerated raw milk. International Journal of Food Microbiology, v. 102, n. 2, p. 203–211, 2005.
  17. MARTINS, M. L. et al. Milk-deteriorating exoenzymes from Pseudomonas fluorescens 041 isolated from refrigerated raw milk. Brazilian Journal of Microbiology, v. 46, n. 1, p. 207–217, 31 mar. 2015.
  18. MURPHY, S. C. et al. Influence of raw milk quality on processed dairy products: How do raw milk quality test results relate to product quality and yield? Journal of Dairy Science, v. 99, n. 12, p. 10128–10149, 2016.
  19. NÖRNBERG, M. DE F. B. L.; TONDO, E. C.; BRANDELLI, A. Bactérias psicrotróficas e atividade proteolítica no leite cru refrigerado. Acta Scientiae Veterinariae, v. 37, n. 2, p. 157–163, 2009.
  20. NØRSTEBØ, H. et al. Milk-flow data collected routinely in an automatic milking system: an alternative to milking-time testing in the management of teat-end condition? Acta Veterinaria Scandinavica, v. 60, n. 1, 2018.
  21. OLIVEIRA, M. C. S. et al. Fundamentos teórico práticos e protocolos de extração e de amplificação de DNA por meio da técnica de reação em cadeia da polimerase – São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste. 43 p., 2007.
  22. PASSETTI, M. H. O. Como a dieta pode alterar a concentração de proteína no leite? Milkpoint, 16 de abr. de 2018. Disponível em: <https://www.milkpoint.com.br/colunas/clinica-do-leite/como-a-dieta-pode-alterar-a-concentracao-de-proteina-no-leite-207730/>. Acesso em: 18 de out. de 2022.
  23. PINTO, C. L. DE O. et al. Sedimentação, atividade proteolítica e proteólise de leite uht integral durante o armazenamento. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v. 71, n. 4, 2016.
  24. SAEMAN, A. I. et al. Effect of Mastitis on Proteolytic Activity in Bovine Milk. Journal of Dairy Science, v. 71, n. 2, p. 505–512, fev. 1988.
  25. SANTOS, M. V; BOTARO, B. A mastite e os outros fatores que afetam a CCS | MilkPoint. Disponível em: <https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/a-mastite-e-os-outros-fatores-que-afetam-a-ccs-48999n.aspx>. Acesso em: 28 out. 2022.
  26. SANTOS, M. V; FONSECA, L. F. L. Controle da mastite e qualidade do leite: desafios e soluções. São Paulo: Pirassununga. 2019. 301p.
  27. WUYTACK, A. et al. Distribution of non-aureus staphylococci from quarter milk, teat apices, and rectal feces of dairy cows, and their virulence potential. Journal of Dairy Science, Champaign, v. 103, n. 11, p. 10658-10675, 2020.
  28. ZENI, M. P. et al. Influência dos microrganismos psicotróficos sobre a qualidade do leite refrigerado para produção de UHT. Unoesc & Ciência - ACET, v. 4, n. 1, p. 61–70, 10 jun. 2013.
  29. ZHANG, S.; LV, J. Purification and properties of heat-stable extracellular protease from Pseudomonads fluorescens BJ-10. Journal of Food Science and Technology, v. 51, n. 6, p. 1185–1190, 1 jun. 2012.